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Debate Band: sobre e das mulheres e ruim para Bolsonaro e Lula

29/08/2022

O tom do debate da Band com os candidatos à presidência, realizado na noite deste domingo (28),  foi dado pelas mulheres e girou sobre elas. Os dois líderes das pesquisas, Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tiveram um desempenho fraco a mediano. E as amostragens feitas ao longo do debate, pela Datafolha e pelo Instituto Quaest, mostraram que Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) foram apontados com melhores desempenhos e tiveram as melhores aprovações entre os eleitores indecisos.

O debate não foi bom para Lula e Bolsonaro. Ambos não estavam confortáveis e não conseguiram responder perguntas embaraçosas. O ápice com Bolsonaro foi o tratamento que ele deu a jornalista Vera Magalhães, que perguntou sobre a vacina e foi maltratada, em mais um ataque misógino do presidente. Os eleitores que acompanharam o debate, monitorados pelos dois institutos de pesquisas, criticaram a atitude de Bolsonaro. E essa ação, ainda que não retire votos, aprofunda a imagem negativa junto as mulheres, segmento onde o presidente tem menor aprovação nas pesquisas. Como de costume, Bolsonaro não conseguiu ser empático com os brasileiros.

Lula cambaleou quando o assunto foi a corrupção. Ao invés de adotar a postura que teve no Jornal Nacional, em que fez um mea culpa, preferiu negar e mudar de assunto. Quis contrapor as políticas sociais de quando foi presidente diante dos casos de corrupção. O tema serviu para que Ciro Gomes, Soraya Thronicke  (União Brasil) e Simone Tebet surfassem e se saíssem bem.

O petista reforçou no debate o tom personalista, sobre suas façanhas de governo, apontando a todo momento para si mesmo, ao falar “no meu governo”. Lula buscava se conectar com os brasileiros e, mesmo quando perguntado ao futuro, voltava para 2003, a ponto da fala virar meme nas redes sociais. O ex-presidente marcou pontos ao criar opções para alianças futuras como Ciro Gomes e Simone Tebet.

 

Mulheres

A agressividade de Bolsonaro contra as mulheres, inclusive contra Simone Tebet e Soraya Thronicke, ajudaram as candidatas se destacarem. Talvez por ter mais anos de estrada e por ser mais afetuosa, Simone conseguiu ser dura com o presidente e passar a sua mensagem. Ainda que não haja novidades nas propostas da medebista, a forma ajudou a ela se vender como uma alternativa a quem cansou de Lula e Bolsonaro.

Soraya conseguiu seus momentos ao falar da mulher e ao se posicionar contra o presidente. Inclusive chamou a atenção ao insinuar que tem mais a dizer sobre as gestões de Lula e Bolsonaro. Após essa fala, pediu que se aumente a segurança, dando tom de gravidade de sua fala.

Mas foi Ciro que nas pesquisas foi quem se saiu melhor no debate. No estilo de “homem desconstruído”, buscou trazer uma face mais afável e mais conciliadora, contraponto ao seu perfil belicoso. Em tom professoral falou o que queria e defendeu suas propostas. Tentou se distanciar de Lula, mesmo no momento em que Lula abriu a porta para uma parceria.

Pode se dizer que o modelo do debate soltou um pouco as amarras e permitiu discussões. Poderia ser mais ágil e mais intenso se tirassem os candidatos Felipe D’Avila (Novo) e Soraya Thronicke. Felipe pouco acrescentou na discussão e mostrou um distanciamento dos eleitores ao se comparar como sendo uma pessoa do povo. Ligado aos “faria limers”, trouxe uma visão distante da população.

É o primeiro debate, que hajam outros, para ajudar o eleitor a decidir seu voto.

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