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Cientista político aposta em baixa renovação no legislativo

27/09/2022

Quem apostou em algum tipo de renovação no Legislativo pode se decepcionar. Ao menos é o que avalia o professor Emerson Cervi, professor de Ciência Política e coordenador do grupo de pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

“Historicamente, depois de uma eleição com alta renovação, como foi a de 2018, há uma eleição de manutenção. Então, já haveria uma tendência de queda na renovação esse ano, mas isso é agravado pelas condições de disputa”, afirmou. “Campanha curta, redução no horário gratuito de propaganda eleitoral e concentração de recursos de campanha no fundo eleitoral foram direcionados a candidatos à reeleição. Seja em condições estruturais, seja em conjunturais, não é uma eleição propícia para renovação – a não ser de figuras já conhecidas do público, que dependem pouco ou nada da campanha”, complementou

Cervi entende que poderá haver alguma renovação no campo mais de centro direita e direita, por ter havido uma concentração de candidatos nesse campo. Ele cita como exemplo o caso de Ponta Grossa. Na briga na região, há os nomes de Pedro Lupion (PP), Moacyr Fadel (PSD), Sandro Alex (PSD), Jocelito Canto (PSDB), sem contar Aliel Machado (PV), mas que disputa o campo da esquerda

“Esse campo está sobrecarregado com a renovação de 2018 e o crescimento da direita no parlamento. Com isso, é natural uma depuração. E, nos Campos Gerais, vale ver o caso de Plauto Guimarães, provavelmente o caso mais perigoso de fim de carreira”, disse. Outro candidato que ele acredita que terá dificuldade é Ademar Traiano (PSD), que em 2018 quase ficou de fora.

Por experiência, ele aposta que a acomodação no legislativo vai preparar o terreno para 2024. “São as eleições municipais que ajudam a definir as nacionais. Veja que os prefeitos eleitos, apoiados por deputados, são os que servem de cabos eleitorais agora. E em 2020, já tivemos um retorno da política tradicional, sem surgimento de nomes fora do sistema”, afirmou. Seguindo a linha de raciocínio do professor, a estimativa é que em 2024, haja um predomínio de nomes tradicionais na disputas por prefeituras, com raras novidades.

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