Bob Dylan é o único ser humano deste planeta a ganhar Grammy, Oscar, Globo de Ouro, Pulitzer e Nobel. Sem dúvida um multiartista. Músico, letrista, escritor, pintor, gênio! Um dos seus álbuns mais importantes, o que causou furor nos anos 60 ao eletrificar o folk e se aproximar do rock, foi ‘Highway 61 Revisited’.
Sexto álbum de estúdio de Dylan foi lançado em 30 de agosto de 1965, com produção de Bob Johnston. Acompanhado de músicos de primeira, o álbum foi considerado o 4º melhor da lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos da revista Rolling Stone.
Começa com um dos maiores sucessos da carreira de Bob, Like A Rolling Stone, considerada a melhor canção da lista das 500 melhores músicas de todos os tempos da revista Rolling Stone. Seus acordes são inconfundíveis. Aquele teclado inicial, aquela voz fanhosa de Dylan, aquela percussão, aquela harmônica, tudo é maravilhoso. A versão dos Rolling Stones é bacana, mas Mr. Zimmerman é impecável. Imbatível. Incomensurável na sua inteligência musical. “How does it feel. To be on your own. With no direction home. Like a complete unknow. Like a rolling stone?”. Espetacular!
Tombstone Blues é o princípio do rock. Com Dylan declamando sua letra, com a bateria sendo rápida e um baixo desconcertante. A guitarra é dedilhada com maestria. A canção é extraordinária.
It Takes A Lot To Laugh It Takes A Train To Cry é um country-blues eletrificado, com piano ao fundo, baixo ritmado e uma harmônica fabulosa. Seu andamento é muito bom. Parece que estou num “saloon”, tomando aquele trago com os amigos.
From A Buick 6 é rock. The Who, The Beatles, The Rolling Stones, The Kinks e todas as bandas dos anos 60 tentaram fazer algo parecido. Chegaram próximo. Mas não com a perfeição de Dylan. Os teclados ditam o ritmo. A harmônica é estupenda. E os vocais são sensacionais. Outra maravilha do álbum.
Ballad Of A Thin Man é… uma balada. Tem teclados, baixo soturno, e uma guitarra blueseira. “But you don’t know what it is. Do you, Mr. Jones?”.
Queen Jane Approximately é uma pérola. Teclado gospel, guitarra dedilhada e uma bateria ditando a canção. “Won’t you, come see me, Queen Jane?”.
A faixa-título, Highway 61 Revisited, é em homenagem a rodovia 61, que ligava Duluth, sua cidade natal no estado de Minnesota, com as cidades do sul do país, como St. Louis, Memphis e New Orleans, berços da música negra e do blues. É outro country-blues. Mas com guitarras e baixo lineares e uma bateria marcial. A letra é um caso à parte. Uma crônica sobre a autoestrada. Espetacular!
Just Like Tom Thumb’s Blues tem a voz de Dylan no auge do cancioneiro americano. Declama uma letra maravilhosa. “And she takes your voice. And leaves you howling at the moon”. E a harmônica é fantástica, novamente.
Desolation Row encerra o álbum. Outra com uma letra maravilhosa, contando crônicas modernas. A única do álbum com voz, harmônica e violão. Sua letra é sensacional. “She spends her time peeking, into desolation row”. Quem, neste planeta, escreveria canções tão boas? Com letras fortes e atuais? Com melodias consistentes? Quem? Mr. Robert Allen Zimmerman. E que venham mais prêmios para o bom e velho rock’n’roll.