A Rede Globo vai realizar hoje (29) o último debate desta campanha eleitoral entre os candidatos a Presidente do Brasil.
Com certeza será uma das maiores audiências da emissora neste ano.
Este interesse é resultado de uma campanha que chega até o final com elementos bem diferentes das eleições anteriores.
O embate dos dois principais candidatos pode decidir a eleição. É o que apontam as principais pesquisas divulgadas nessa semana.
Vejamos o atual cenário a três dias da votação
O cenário atual reuniu o presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e mais 9 candidatos que, apesar de individualmente não apresentarem pontuação nas pesquisas que possa gerar qualquer expectativa de disputar os primeiros lugares, podem ser o fiel da balança para levar a eleição para o segundo turno.
Nesta eleição temos o maior número de Institutos de Pesquisa em ano de eleição, o que está gerando, desde o início do ano, uma chuva de pesquisas que inundou os veículos de comunicação com números tão diferentes que acabaram produzindo mais dúvidas do que certezas para os eleitores.
Praticamente nas vésperas da eleição temos resultados que apontam tendências tão diferentes que levam todos os candidatos a sonharem com possibilidades de viradas importantes no dia da votação.
Pela primeira vez um presidente inicia sua campanha de reeleição em segundo lugar, com a sua administração sendo contestada pela maioria do eleitorado. Apesar de todo esforço da campanha de Bolsonaro em mostrar suas realizações e atacar seu principal concorrente, não consegue se aproximar e garantir ao menos a realização de um segundo turno.
O desafiante que almeja a presidência é o ex-presidente Lula que, apesar de todo desgaste que a Lava-Jato lhe trouxe, impedindo de ser candidato em 2018, ressurge das cinzas e lidera todas as pesquisas com chances reais de ganhar ainda no primeiro turno.
Nenhum dos outros 9 candidatos conseguiu chegar a dois dígitos, não passando de 9% em nenhuma das pesquisas até agora.
Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe d’Avila (NOVO), Sofia Manzano (PCB), Eymael (DC), Leonardo Péricles (UP), Padre Kelmon (PTB) e Vera Lúcia (PSTU) não conseguiram viabilizar uma terceira via que proporcionasse aos eleitores uma oportunidade de escolher um nome novo, que pudesse trazer novos rumos a direção do país.
O interesse no debate de hoje aumenta, para todos, em função de ser a última oportunidade da campanha para cada um tentar sua cartada final em busca dos votos que podem mudar a história de sua participa na eleição.
Para Lula é a possibilidade de conquistar os votos que precisa para vencer no primeiro turno.
Para Bolsonaro é a chance de garantir um segundo turno para tentar a virada que lhe proporcione a reeleição.
Para Ciro Gomes e os demais, resta buscar o máximo de votos para mostrar sua força e garantir um papel importante nas negociações de apoio em caso de um segundo turno.
Para os eleitores é a última oportunidade de ver o desempenho dos candidatos e definir de vez o seu voto.
Possibilidades de cada um
Lula inicia o debate com a vantagem de estar liderando as pesquisas e ter o melhor desempenho na última semana.
Sua campanha tem apresentado maior dinâmica na produção de conteúdo para TV, aproveitando cada ataque que recebe para criar vídeos contundentes, sem deixar nada sem resposta.
Parece mais equilibrado e mais convicto do que fala.
Passa segurança e confiança em suas afirmações.
No último debate mostrou mais experiência e flexibilidade para absorver os golpes e se manter de pé.
Sabe da importância desta última batalha e vai se preparar para o que pode vir pela frente.
Bolsonaro vem de uma semana em que as pesquisas não mostraram os resultados que esperava de suas ações políticas na área da economia, geração de empregos e programas sociais. Provavelmente porque vieram muito tarde para impactar na opinião da população.
Seus programas repetem a postura endurecida e os ataques que dialogam basicamente com os que já são seus eleitores, não conseguindo ser eficientes para conquistar novos eleitores entre os indecisos e tirar votos dos demais candidatos.
Como prefere o improviso e a liberdade de se manifestar conforme seu humor, não deve estar fazendo uma preparação técnica e emocional para este momento decisivo.
Os demais candidatos tem pouco a fazer e devem concentrar seus esforços em divulgar suas bandeiras e atacar os dois candidatos que lideram, na busca do maior número de votos possíveis para conquistar um melhor resultado.
A grande vitrine
Considerando que é o último dia de campanha, o debate, que será transmitido no horário nobre da TV e na emissora de maior audiência nacional do horário, será o tudo ou nada para os candidatos que comparecerem ao evento.
Vamos acompanhar e analisar como cada um aproveita a oportunidade e consegue sair melhor do que entrou.
Amanhã voltamos aqui para comentar o que de melhor e pior cada um conseguiu apresentar e as expectativas de influência que isso pode ter na votação de domingo.