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ECONOMIA

Magazine Luiza tem prejuízo líquido de R$ 166,8 mi no 3º trimestre do ano

11/11/2022
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O Magazine Luiza apresentou prejuízo líquido de R$ 166,8 milhões no terceiro trimestre de 2022, o resultado reverteu lucro de R$ 143,5 milhões apresentado no mesmo período de 2021. Já o Ebitda da companhia foi de R$ 496,1 milhões, alta de 268% em relação ao reportado um ano antes. Na visão da companhia a principal diferença entre o Ebitda e o lucro líquido se deu por conta do impacto do juros nas despesas financeiras da empresa. A receita líquida foi de R$ 8,8 bilhões, com alta de 2,3%. As margens de rentabilidade da empresa melhoraram no período.

O Magalu reportou também resultados ajustados, dos quais são retirados entradas e saídas não recorrentes nos valores de um ano atrás e dos atuais. Nesse caso, o Ebitda ajustado foi de R$ 527,5 milhões no terceiro trimestre de 2022, com alta de 50,3% ante o mesmo período de 2021. O prejuízo líquido ficou em R$ 146 milhões e reverteu lucro de R$ 22,6 milhões de um ano atrás. Para o diretor financeiro da companhia, Roberto Belíssimo, esses números representam com mais precisão o quadro atual da companhia.

Considerando os resultados ajustados, a margem bruta, indicador de rentabilidade, cresceu 3,2 pontos porcentuais (p.p.) e chegou a 27,9%. Já a margem Ebitda, que mede a eficiência operacional da companhia, avançou 1,9 p.p. e chegou a 6%, melhor marca para esse indicador desde 2020.

“Crescemos vendas, margem bruta e margem Ebitda. A principal diferença para a última linha está na despesa financeira, porque o CDI saiu praticamente de 2% para 14%. Isso é temporário. A boa notícia é que a taxa de juros já parou de subir e que a expectativa para o ano que vem é de que ela comece a cair”, disse Belíssimo ao Broadcast. As expectativas de início de queda de juros da companhia estão ancoradas no Boletim Focus, complementa.

Ele afirma que, com juros menos agressivos, a companhia vai conseguir melhorar suas vendas e reduzir sua despesa financeira com antecipação de recebíveis. Belíssimo diz não poder responder se a empresa só voltará a dar lucro quando os juros indicarem queda. No entanto, diz que a companhia tem buscado formas de reduzir não só suas despesas operacionais, mas também as financeiras. Exemplo disso é o aumento da participação de pagamentos via PIX, por ser à vista, o que evita que a empresa tenha de antecipar recebíveis.

Do lado das vendas, a empresa tem buscado aumentar a participação de novas categorias por meio de seus lojistas virtuais. Assim, consegue diminuir a dependência de crédito para vender, já que começa a comercializar mais itens de tíquete médio menor. Nesse trimestre, as categorias de moda e beleza cresceram 45% e 52% respectivamente no marketplace do Magalu.

Na conta geral, porém, o crescimento foi bem mais modesto. As vendas totais, incluindo lojas físicas, e-commerce com estoque próprio e lojistas virtuais (marketplace) cresceram 2,2% e atingiram R$ 14,2 bilhões. Isso porque, mesmo com o avanço significativo de novas categorias, a queda de vendas em bens duráveis, atingidos em cheio pela alta de juros, puxa o total para baixo.

Belíssimo comemora, no entanto, os ganhos de mercado do período. O e-commerce brasileiro teve uma queda de 10,5% segundo a Neotrust no terceiro trimestre de 2022. No mesmo período, as vendas do e-commerce do Magalu avançaram 2,6% e atingiram R$ 10,3 bilhões.

No e-commerce com estoque próprio, as vendas evoluíram 3,5% e, no marketplace, atingiram R$ 3,5 bilhões, com crescimento de 0,9%. “Ganhamos mercado aumentando a rentabilidade (margens) ao mesmo tempo. Geralmente é fácil subir margens perdendo mercado, mas conseguimos as duas coisas ao mesmo tempo”, diz Belíssimo.

 

MagaluPay

O volume total de transações processadas (TPV) da fintech da companhia atingiu R$ 22,1 bilhões no trimestre, com alta de 19,6%. O MagaluPay, por sua vez, superou a marca de 7,8 milhões de contas digitais.

Na joint venture com o Itaú, a Luizacred, houve R$ 30 milhões de prejuízo, dos quais cerca de R$ 15 milhões entram no balanço da varejista. Na parte de inadimplência, os créditos não performados acima de 90 dias representaram 9,2% do total, voltando a índices históricos do período pré-pandemia, que eram mais altos, segundo Belíssimo.

 

Caixa

No trimestre encerrado em setembro, a geração de caixa operacional foi de R$ 324 milhões, influenciada pela variação do capital de giro. O Magalu encerrou o período com uma posição de caixa líquido ajustado de R$ 1,8 bilhão e uma posição de caixa total no valor de R$ 9 bilhões, considerando caixa e aplicações financeiras de R$ 2,1 bilhões e recebíveis de cartão de crédito disponíveis de R$6,9 bilhões.

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