O primeiro álbum do Audioslave, cujo título é o próprio nome da banda, é espetacular. Lançado em 19 de novembro de 2002, com produção da banda e do genial Rick Rubin, foi certificado como disco triplo de platina, mais de três milhões de cópias vendidas. Chris Cornell, vindo do Soundgarden e de uma ótima carreira solo, juntou-se aos remanescentes do Rage Against The Machine, Tom Morello na guitarra, Tim Commerford no baixo e Brad Wilk na bateria para montar esta superbanda. E bota super nisso!
Cochise abre o álbum. É simplesmente matadora! Sua guitarra inicial arranhada e distorcida e a bateria pesada dão o andamento da canção. A voz rasgada de Chris é um espetáculo. Um dos singles de maior sucesso da banda.
Show Me How To Live também mostra uma guitarra ensandecida, marca de Morello. A voz de Chris está mais suave, mas a bateria é pesada. A linha de baixo é extraordinária. “Nails in my hands, from my creator, you gave me life, now show me how to live”.
Gasoline tem ecos de Black Sabbath na bateria e no baixo. A guitarra tem muita distorção e os vocais são mais melódicos. Uma das minhas preferidas do álbum.
What You Are é mais cadenciada, com vocal mais lento, sem deixar de ser rasgado, característica de Chris. A guitarra continua pesada, com algumas distorções e o baixo é quem comanda. A letra é maravilhosa. “Cause now I’m free from what you want, now I’m free from what you need, now I’m free from what you are”. Outro sucesso da banda.
Like A Stone é o maior sucesso do álbum. Uma balada hard rock, com estilo grunge. Vencedora do Grammy de 2004, a canção é sobrenatural. Uma das melhores canções que eu já escutei. Com vocais mais calmos e uma guitarra com acordes básicos, que repentinamente sola espetacularmente. E o baixo comanda tudo. Novamente. “In your house, I long to be, room by room, patiently, I’ll wait for you there, like a stone, I’ll wait for you there alone”. Que refrão!!!
Set It Off já inicia com experimentações de Morello na guitarra. Mas logo vem a pancadaria. Ecos do grunge e do rock setentista. Uma pérola do álbum. O vocal de Chris é perfeito. Sobe e desce sem fazer força.
Shadow On The Sun é outra balada, com uma linha de baixo espetacular e uma bateria reta e perfeita. A guitarra dá show.
I Am The Highway é outra das minhas preferidas. Mais lenta, porém com uma pegada voraz. A bateria é sensacional. A guitarra é meio western, meio country-blues. “I put millions of miles, under my heels, and still too close to you, I feel”. Que letra maravilhosa!
Exploder tem guitarra e bateria dando o andamento. Voltam os gritos de Chris e aquela linha de baixo perfeita. Peso e melodia juntos. E um solo arrebatador de Morello. Perfeita.
Hypnotize é puro grunge. Chris canta mais grave, como nos tempos de Soundgarden. A guitarra é mais funky e bateria dá o tom.
Bring Em Back Alive começa com uma guitarra dedilhada e um baixo linear, só para dar o tom. Logo vem a pancadaria. Um baixo extraordinário e pesado. Mais uma com ecos de Black Sabbath.
Light My Way já inicia pesada, com a guitarra de Morello detonando. O baixo de Tim é sensacional. E Chris canta do seu jeito peculiar. Simplesmente maravilhosa.
Getaway Car é um easy hard-blues, em que Chris mostra toda a sua afinação vocal. A guitarra é de uma sutileza absurda. E a bateria é jazzy. É mais uma canção espetacular do álbum.
The Last Remaining Light encerra o álbum. Tem um andamento lento, que vai crescendo e tomando conta do ouvinte de uma maneira acachapante. Uma linha de baixo sensacional. Uma bateria reta e a guitarra dedilhada.
Especialmente feita para o iTunes, Give foi incluída em uma edição do álbum. Outra com ecos do grunge e uma guitarra bem ritmada.
O Audioslave fez mais dois álbuns e tinha planos de gravar outro. Com a morte de Chris Cornell, em 18 de maio de 2017, ficamos órfãos de sua voz e da ferocidade melódica da banda. Mas o rock’n’roll é eterno. O bom e velho rock’n’roll.