É inspirador saber como produtos usados em projetos arquitetônicos e de interiores surgiram, não é mesmo?
Quando especificamos um material para um novo projeto sabendo o conceito da sua criação fica até mais fácil de aplicá-lo e analisar se o produto combina com o estilo do cliente.
Você conhece o cobogó – elementos vazados são símbolo da arquitetura do nosso país?
Eles desenham a sombra nos pisos e paredes, um efeito que transforma todo o ambiente para quem o vê desde o exterior e interior. Durante as estações e ao longo dos dias essa luz natural surge de diferentes formas como um componente que sobrevém na Arquitetura. No decorrer da noite, a luz artificial atravessa os pequenos vãos do interior para o exterior, tornando a arquitetura uma espécie de luminária urbana que interage com as sombras de seus usuários e mobiliário.
Além de sua função, o cobogó traz consigo certa poética ao projeto de arquitetura. Decidi destacar esta criação brasileira, escrever brevemente sobre sua história e apresentar uma seleção de projetos que adotam este elemento.
O cobogó foi criado em 1929 por dois comerciantes e um engenheiro pernambucanos que usaram as iniciais dos seus sobrenomes para compor o nome “co-bo-gó”: Coimbra, Boeckmann e Góes e se popularizou na década de 1950. O desenho foi inspirado nos muxarabis, elementos vazados de origem árabe com tramas pequenas e feitos de madeiras. Eles foram pensados para sacadas e janelas de casas com intuito de trazer mais privacidade.
“Os muxarabis estiveram presentes em várias regiões do Brasil: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Nessas duas últimas eles praticamente desapareceram em meados do século XIX. No Rio de Janeiro, a ordem para a sua retirada partiu de D. João VI. Nas cidades de Salvador, Olinda e Recife existiam em grande número. No final do século XVIII desapareceram por ordem dos administrados locais”. (Trecho retirado do livro “Equipamentos, Usos e Costumes da Casa Brasileira. Equipamentos – Volume 2” – Autor Ernani Silva Bruno)
Na elaboração de um projeto para regiões quentes e úmidas, é preciso levar em consideração a incidência de luz solar e a ventilação. Pensando nessas necessidades, eles criaram o cobogó que, além de ter função decorativa, também auxilia nesses dois quesitos.
Conforme consta no Dicionário de Arquitetura Brasileira (Corona & Lemos, Editora Edart), cobogó (ou “combogó”, como era descrito antigamente) é “o nome que se dá, principalmente no Norte do Brasil, ao tijolo furado ou ao elemento vazado feito de cimento empregado na construção de paredes perfuradas, cuja função principal seria a de separar o interior ou o exterior, sem prejudicar a luz natural e ventilação. Nome que se generalizou para designar os elementos celulares.
Vamos ao seu uso na prática?
O cobogó é um item decorativo perfeito para ser usado como divisória de ambientes, porque além de ser super charmoso, ele evita que a luminosidade se perca totalmente, assim você consegue separar as áreas da casa aproveitando a luz natural.
Aqui você vai ver dicas de como utilizar o cobogó na decoração e transformar os espaços deixando-os mais bonitos e bem decorados e ele se adaptando facilmente a diversos estilos de decoração. Confira!
Em diversas cores, uma vantagem para colocar mais cor na decoração de ambientes neutros, além de combinar com diversos estilos de decoração, enquanto isso o cobogó de concreto é muito utilizado em decoração de ambientes com estilo industrial, decoração rústica, contemporânea e também para áreas externas, por que não¿
Outra grande vantagem do cobogó – provavelmente a principal – é que ele é um elemento que além de ajudar a dividir ambientes, ele também ajuda na iluminação, porque por ser vazado ele separa os ambientes mas a luz continua pelos seus recortes criando um ambiente mais bem iluminado e aconchegante.