O ano de 2022 foi de crescimento para o Setor da Distribuição de Veículos. Com quase 3,7 milhões de unidades, segundo dados da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, os emplacamentos tiveram alta de 4,9% sobre 2021 e se aproximaram das projeções da entidade, divulgadas em julho, quando era prevista uma evolução de 5,5% do mercado. Apenas no mês de dezembro, a alta foi de 7%.
“O resultado foi ótimo, consideradas as dificuldades enfrentadas pelo setor ao longo de 2022, lembrando que, no início do ano passado, a crise de abastecimento ainda afetava muito a disponibilidade de veículos novos, houve severos impactos da guerra na Europa, com o aumento dos preços dos combustíveis, crise logística, entre outras consequências, causando muitas incertezas nos compradores. No decorrer de 2022, porém, o mercado se ajustou e o setor reverteu a queda inicial. O resultado só não foi melhor porque tivemos períodos que impactaram no
movimento de público nas Concessionárias, como foi o caso da Copa do Mundo”, analisa Andreta Jr., Presidente da Fenabrave.
Mesmo com a Copa do Mundo limitando a passagem de loja, a Fenabrave apurou que o volume do segundo semestre de 2022 representou 55% dos emplacamentos de 2022. Em 2021, a segunda metade do ano teve participação de 51,3%. “O primeiro trimestre do ano passado, em especial, apresentou uma série de desafios simultâneos e foi preciso que o setor e o mercado mostrassem grande poder de recuperação para fechar com
resultados positivos em 2022”, avaliou Andreta Jr.
Projeção 2023
Nas projeções iniciais, a Fenabrave estima que todos os segmentos automotivos somados deverão apresentar crescimento de 3,3% em 2023, totalizando mais de 3,6 milhões de unidades emplacadas.
Para Automóveis e Comerciais Leves, a entidade projeta resultado equivalente ao registrado em 2022, o que totalizará cerca de 1,96 milhões de unidades emplacadas até o final deste ano. Vale ressaltar que, para efeito de projeções, a partir de 2023, a Fenabrave apenas considerará os dois segmentos somados, de Autos e Leves, em função da volatilidade estatística provocada pela diferença de volume entre os segmentos. “Esta projeção resulta da
combinação de fatores associados ao crescimento da renda mais limitado, em 2023, às elevadas taxas de juros atreladas à alta da inadimplência, com consequente restrição de crédito para financiamentos”, analisa Andreta Jr.
Para caminhões, a Fenabrave também tem a expectativa de repetir os volumes de emplacamentos de 2022, totalizando, portanto, pouco mais de 124,5 mil unidades. “Neste caso, poderemos ter um melhor desempenho no primeiro trimestre, em função da possibilidade de comercialização do caminhão com tecnologia EURO 5. A partir de abril, com a chegada do EURO 6, esse movimento deve desacelerar. Além disso, valem, para os caminhões, as mesmas premissas macroeconômicas já citadas para autos e comerciais leves”, estima o Presidente da Fenabrave.
Já para o segmento de ônibus, a entidade acredita que, em função do crescimento do setor denominado “hospitalidade” (turismo em geral) e do Programa Caminho da Escola, poderá ocorrer expansão de 5%, chegando a quase 23 mil unidades emplacadas.
“Se considerarmos caminhões e ônibus somados, chegaremos a um aumento de 0,7%, com mais de 147,5 mil unidades emplacadas, entre todos os segmentos automotivos. Sem motos, o total do setor, portanto, deverá ficar estável em relação a 2022, com 0,1% de aumento esse ano”, analisa Andreta Jr.
A diferença para 2023 ficará a cargo de motos, que deverá ter um resultado 9% superior a 2022, superando a marca de 1,36 milhões de unidades vendidas ao mercado interno. “Em que pese tenhamos um crédito mais restrito, o consórcio deverá representar um facilitador para a aquisição desses veículos este ano”, defende o Presidente da Fenabrave.
Os implementos Rodoviários, que já tiveram um resultado negativo em 2022, deverão continuar apresentando retração, desta vez de cerca de 10% em 2023, totalizando pouco mais de 83 mil unidades emplacadas. “Esse movimento decorre da renovação de frota já ocorrida em 2021, quando este segmento teve aumento de cerca
de 35%”, afirmou Andreta Jr.
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