Nos últimos dias, a grande imprensa, em especial os canais de 24 horas de jornalismo, só fala dos atos de vandalismo registrados em Brasília no último domingo (8). Uma matéria, no entanto, publicada nesta segunda-feira (9) pelo jornal Folha de S.Paulo, passou despercebida aos olhos de jornalistas e comentaristas que, incansáveis mas “desatentos”, analisam a lupa os acontecimentos.
Segundo a reportagem, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou, no sábado (7), o governo federal sobre o risco de ataques a prédios públicos pelos manifestantes que se dirigiam a Brasília.
A Abin teria produzido vários despachos que teriam sido distribuídos para todos os integrantes do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência), rede que une 48 órgãos em 16 Ministérios diversos. A Folha de S.Paulo obteve um deles, datado do sábado, véspera do incidente.
De acordo com a reportagem, um dos despachos alerta para a quantidade de ônibus que se dirigiam a Brasília. “Conforme a ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres], houve aumento do número de fretamentos de ônibus com destino a Brasília para este final de semana. Há um total de 105 ônibus, com cerca de 3.900 passageiros”, diz o despacho. “Mantêm-se convocações para ações violentas e tentativas de ocupações de prédios públicos, principalmente na Esplanada dos Ministérios”, completou o texto, profetizando o que viria ocorrer no dia seguinte.
Um dos aspectos mais obscuros da inédita violência registrada na capital, aponta a reportagem, “é o papel das forças federais de segurança. A omissão e conivência da Polícia Militar do Distrito Federal está mais do que provada por vídeos registrados pelos próprios bolsonaristas, e levou ao afastamento do governador, mas o apagão do lado do governo gera dúvidas”, diz um trecho da matéria.
Segundo a Folha, a reportagem tentou falar com o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), a quem a Abin está subordinada, sem sucesso. A Folha teria enviado, ainda, uma mensagem questionando o ministro Flávio Dino (Justiça), que tem centralizado parte da reação oficial à crise. “Ele só falou sobre o tema depois, em entrevista coletiva, em que comentou apenas sobre o papel falho da PM-DF no episódio”, diz a reportagem.
Com os alertas da Abin, prossegue a Folha, recebido por diversos órgãos do Ministério da Defesa, teria sido possível estruturar uma resposta mais efetiva. “Segundo um oficial-general do Exército, o sistema de inteligência da Força dificilmente não teria visto a movimentação, dado que tinha elementos infiltrados no acampamento desmontado nesta segunda (9) à frente do seu Quartel-General em Brasília”.
A matéria da Folha de S.Paulo leva a supor que o governo federal, em especial os ministros da Justiça, Flavio Dino, e da Defesa, José Mucio Monteiro, e o governo do Distrito Federal sabiam, antecipadamente, do risco que a capital federal estava sofrendo com a chegada da multidão de manifestantes que se dirigia a Brasília.
Os ministros sabiam, ainda, que havia o risco de atos de vandalismo e depredação. O que não se sabe, no entanto, é por que nenhuma medida foi adotada tanto pelos dois Ministérios quanto pelo governo do Distrito Federal para evitar a barbárie e destruição do último domingo.
Tudo orquestrado de caso pensado. E os manifestantes caíram na arapuca armada por esses facínoras que estão empulerados no governo. FORA lula! Abaixo ao STF!