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HojePR

O País do Futuro e o Futuro do País

11/01/2023
justus

Por Roberto Justus

 

Ao longo da semana venho acompanhando a repercussão dos episódios vergonhosos do dia 8 em Brasília. Vi diversas figuras proeminentes entre políticos, jornalistas e formadores de opinião manifestarem seu justificado repúdio às cenas de barbárie protagonizadas por idiotas úteis motivados por narrativas mentirosas e fake news.

Como democrata não posso me furtar à obrigação de condenar qualquer manifestação que tenha como objetivo reverter o resultado de uma eleição.

Da mesma forma, defendo a punição dos responsáveis com todo rigor da lei, de acordo com as regras determinadas pelo estado democrático de direito.

Porém acredito que devemos ir além. Simplesmente condenar os atos de barbárie é meramente tratar o sintoma e ignorar a doença.

Nem todos que votaram no Lula nas últimas eleições são “lulistas”, assim como nem todos que votaram em Bolsonaro são “bolsonaristas”. As eleições foram decididas por uma maioria silenciosa que por falta de opção teve que escolher o “menos pior”, mesmo discordando de ideologias e práticas do candidato escolhido, seja ele qual for.

Acredito que a maioria do povo brasileiro não aguenta mais o extremismo, a polarização, a eterna discussão sobre quem está mais errado.

Uma verdadeira pátria se faz com convergência de ideais e ações em busca de um bem comum e não de divergências inócuas que não nos levam a lugar algum, como duas pessoas em uma canoa, remando cada uma para um lado sem sair do lugar.

Conclamo aqueles que como eu acreditam que o Brasil pode ser um país melhor e mais justo para que nos concentremos em trabalhar juntos por aquilo em que todos, independente de ideologia, concordam.

Economia forte, que gere emprego e distribua riqueza com equidade de forma responsável, mantendo a inflação sob controle pois nada é mais cruel com a população mais pobre do que uma moeda fraca.

Políticas públicas de auxílio para a população mais vulnerável que busque a erradicação da fome e da miséria.

Educação de qualidade para nossas crianças e jovens, única fórmula comprovada historicamente de elevar de forma consistente os índices de desenvolvimento de um país.

Liberdade de imprensa e de expressão para todos, o que não significa liberdade para caluniar, ofender ou disseminar notícias falsas.

Saneamento básico para toda a população.

Será que conseguimos concordar ao menos com isso?

Sem dúvidas o país tem vários outros problemas a serem resolvidos. Mas é necessário começar por algum lugar. Que seja pelo mais básico e urgente.

Quantas outras décadas teremos que perder? Até quando estaremos condenados a ser “o país do futuro”?

Se seguirmos no “nós contra eles” estaremos nos condenando a não ter um futuro. E nem um país.

Que as cenas lamentáveis do último dia 8 sirvam como um chamamento para aqueles que acreditam que o Brasil não tem mais tempo a perder.

Que a solução passa pela união em torno de ideias maiores do que partidos ou líderes populistas. É chegada a hora de remarmos para o mesmo lado, enfrentando juntos um desafio de cada vez, rumo a um país melhor para TODOS.

O povo brasileiro não quer mais discutir quem tem razão ou de quem é a culpa. Quer soluções para seus problemas e um país melhor para seus filhos. Há muito trabalho a fazer e já passou da hora de superarmos nossas diferenças e nos concentrarmos em nossas semelhanças porque um país só pode avançar se seu povo trabalhar UNIDO em busca do bem comum.

 

Roberto Justus é prefeito de Guaratuba (PR)

1 comentário em “O País do Futuro e o Futuro do País”

  1. Boa noite Sr prefeito,sempre gosto de saber o ponto de vista de um dirigente,confesso envergonhada que eu tinha sim em relação a tudo que se passa em nosso País um lado,também uma opinião já quase radical.Porém lendo seu ponto de vista e refletindo seus escritos compreendi que ficar de um lado é ser fundamentalista,e isso nunca foi bom.Obrigada e grande abraço

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