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Ira!: O melhor rock paulistano do Brasil

01/02/2023

Surgida em 1981, a banda Ira! tornou-se um ícone do rock brasileiro. Formada por Nasi (vocal), Edgard Scandurra (guitarra), Ricardo Gaspa (baixo) e André Jung (bateria), após um bom primeiro álbum, lançou, em agosto de 1986, ‘Vivendo E Não Aprendendo’, que alcançou a incrível marca de 180 mil cópias vendidas na época. A sonoridade da banda lembra muito as bandas inglesas dos anos 60 e 70, como Beatles, Stones, The Who e The Jam. Este álbum é um marco na carreira da banda e no rock brasileiro. É espetacular! E com uma das mais belas capas de álbum da história.

 

 

Envelheço Na Cidade é um clássico do rock nacional. Com sua guitarra inicial, Scandurra não deixa ninguém parado no show. A levada da bateria é maravilhosa. O baixo é cadenciado e seguro. “Feliz Aniversário. Envelheço na Cidade!”. Todos os sentimentos da juventude da época eram descritos na letra poderosa da canção.

 

 

Casa De Papel é muito influenciada por The Jam. A bateria de Jung dá o andamento da canção. A guitarra de Scandurra não para. É ritmada e os solos aparecem o tempo todo. A voz de Nasi é poderosa.

Scandurra em Dias De Luta já começa solando. A levada lenta e emocionante da canção é um caso à parte. “Se hoje canto essa canção, o que cantarei depois?”. E a guitarra continua solando. A bateria marcial é fantástica. A melhor faixa do álbum. E a guitarra continua solando.

 

 

Emendada, Tanto Quanto Eu é um rock anos 60, com coro no refrão. A guitarra se destaca novamente. A levada da bateria é rápida e frenética.

Em Vitrine Viva o baixo de Gaspa dá um show. A levada é um groove funkeado. O solo de guitarra é magistral. O backing vocal de Scandurra é perfeito. Nunca foi feito nada parecido no rock nacional.

As cordas aparecem na maravilhosa Flores Em Você. Violões e violoncelos dão o tom da canção.

O andamento de Quinze Anos (Vivendo E Não Aprendendo) é seguro. É maduro. Só grandes bandas conseguem. “Eis o homem que se apanha chorando.” Uma das canções mais emblemáticas da banda. O baixo e a bateria são discretos, porém sensacionais.

 

 

Nas Ruas é puro The Who. A influência de Keith Moon na bateria e de Roger Daltrey no vocal são evidentes. A letra é uma obra prima. “Muitos veem no homem um cifrão. Esqueceram o bater do coração.” O baixo dá todo o andamento da música.

A gravadora WEA pediu a inclusão de duas canções para serem trabalhadas nas rádios. O Ira! recusou gravá-las em estúdio. Lançaram ao vivo nesse álbum. Gravadas em um show memorável em São Paulo, Gritos Na Multidão tem uma pegada punk e raivosa.

Pobre Paulista é um hino. Polêmica na letra, a levada é feita pelo baixo e pela guitarra. A voz de Nasi é rasgada e gritada. E o coro da multidão dizendo: “Pobre São Paulo. Pobre Paulista” é sensacional. Algo que não iremos esquecer jamais. O verdadeiro rock brasileiro. O quadrado perfeito: vocal, guitarra, baixo e bateria. Sem firulas. Apenas rock. O rock de melhor qualidade. O rock do Ira!. O bom e velho rock’n’roll.

 

 

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