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A questão é: a agenda ESG exigirá uma nova ciência econômica?

02/02/2023
agenda

A agenda ESG, apesar de avançar em relevância e visibilidade, ainda enfrenta desafios para se consolidar. A principal delas continua sendo em relação às métricas sobre as práticas ambientais, sociais e de governança das corporações. Em conferência promovida pela representação portuguesa do Business Council for Sustainable Development (BCSD), o executivo da organização, João Wengorovius Meneses, destacou que os negócios continuam a ser avaliados pelo retorno de curto prazo e que a sustentabilidade e a pauta ESG necessitam métricas de longo prazo.

 

Nova ciência econômica (I)

Para Meneses, será necessário desenvolver o que chamou de uma “nova ciência econômica” para medir os impactos das ações corporativas ligadas à sustentabilidade e ESG. O executivo acrescenta que o aumento das normas e regulações, para fazer com que as empresas reportem de forma correta suas práticas sustentáveis, provoca grande pressão sobre as empresas e investidores. O fato é que a ausência de métricas seguras e padronizadas coloca um ponto de interrogação na cabeça dos executivos que precisam decidir como e quanto investir para cumprir as novas exigências.

 

Nova ciência econômica (II)

“Quem atua no mercado hoje quase não se lembra mais como era pesquisar e comparar informações financeiras das empresas antes de uma padronização internacional adotada pela maior parte dos players. Minha visão é que estamos nessa era pré padronização com o ESG. Não se trata de uma farsa, ou um golpe, mas sim de uma integração de externalidades à análise financeira que ainda vai levar tempo para amadurecer em um padrão internacional auditável e adotado por todos os agentes de mercado”. A análise é de Itali Collini, economista, investidora anjo e diretora da Potencia Ventures, em artigo publicado no site economiasp.com. No texto, a autora cita que há um movimento anti-ESG.

 

Inmetro reduz autonomia elétrica

O Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) decidiu adotar uma nova tabela de valores de referência para a divulgação da autonomia de veículos elétricos. Na prática, a organização decidiu promover um “desconto” na capacidade de rodagem divulgada pelos fabricantes, que normalmente é verificada em condições bastante favoráveis e mudam de acordo com a norma adotada. No Brasil, passa a vigorar a norma SAE J1634. Assim, para cada 100 quilômetros aferidos em testes de laboratórios, o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) passa a considerar apenas 70 quilômetros como autonomia real.

 

Rápida e durável

O desenvolvimento de baterias mais eficientes para mover veículos elétricos segue em franca expansão. A Morand eTechnology apresentou um produto de recarga ultrarrápida e perspectivas de um grande ciclo de vida. Um teste independente em um protótipo de baixa capacidade (7,42 kWh) revelou a possibilidade de reabastecimento de 98% em dois minutos. A empresa suíça divulgou também que a bateria pode aguentar 50 mil cargas e descargas. Na composição química estão presentes alumínio, grafeno e carbono.

 

Primeira molécula de H2V

O Brasil produziu a sua primeira molécula de hidrogênio verde (H2V). O produto foi apresentado em janeiro e saiu de um projeto-piloto que a portuguesa EDP desenvolveu no Complexo de Pecém, no Ceará, com apoio do Governo do Estado. A planta conta com uma usina solar de 3 MW para fazer a eletrólise e gerar o novo combustível. Para ganhar o selo verde, o gás precisa ser produzido a partir de fonte renovável de energia.

 

Ceará quer liderar o H2V

O Ceará quer se tornar o principal produtor de hidrogênio verde do Brasil. O Complexo de Pecém, que inclui um porto, já atraiu diversas empresas interessadas em explorar o potencial do local. Três delas assinaram pré-contratos para produzir o H2V: a Fortescue, líder global na indústria de minério de ferro; a AES Brasil, multinacional geradora de energia 100% renovável; e o consórcio formado pela Casa dos Ventos e Comerc Eficiência. Estas preveem iniciar a produção de hidrogênio e amônia verde a partir de 2026.

 

Mundo insustentável

A 12ª edição do United Nations Global Compact-Accenture CEO Study ouviu mais de 2.600 CEOs de companhias de 128 países para saber do engajamento dos profissionais ao tema sustentabilidade. A boa notícia é 98% dos entrevistados afirmam que a questão é parte essencial de suas funções. De outro lado, 93% disseram enfrentar dez ou mais desafios simultâneos para cumprir suas metas e 87% acreditam que os atuais níveis de disrupção no mundo limitam o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU.

 

Turismo sustentável

A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu uma resolução aos estados-membros em que sugere diversas ações para o desenvolvimento do turismo sustentável. O documento incentiva a criação de alternativas turísticas que ajudem a proteger o meio ambiente e, ao mesmo tempo, gerem emprego e renda. Para a ONU, o turismo ecológico pode ajudar na superação da pobreza e no combate à fome, além de contribuir para a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Foto: Wordlane/Unsplash

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