Pular para o conteúdo

HojePR

Faith No More: a fusão do rock com o rap que deu certo

08/02/2023
faith

No dia 20 de junho de 1989, a banda Faith No More lançava seu terceiro álbum, The Real Thing, apresentando seu novo vocalista, o escatológico Mike Patton. Juntando-se ao baterista Mike Bordin, ao tecladista Randy Bottum, ao baxista Billy Gould e ao guitarrista James Martin, a banda fez o melhor álbum da sua carreira, alcançando o disco de platina nos EUA.

 

 

O álbum inicia com a pancadaria de From Out To Nowhere, e suas batidas ensandecidas e seu teclado característico. O baixo se sobressai, tendo uma pegada veloz e a voz de Patton é esganiçada, porém ritmada. Um grande sucesso do álbum.

 

Epic é a melhor faixa. A canção que fez a banda alcançar o estrelato. Um heavy-rap espetacular. Uma obra prima dos anos 80. O baixo é pesadíssimo e a guitarra é puro hard rock. A bateria é maravilhosa, dando todo o andamento da canção, que termina lenta, com um solo de piano. “You want it all but you can’t have it. It’s in your face but you can’t grab it.”

 

 

Falling To Pieces é mais uma em que o baixo aparece mandando. Os teclados dão as caras, mas é a guitarra que comanda tudo. E a bateria é espetacular.

 

Surprise! You’re Dead é um rap-metal com muita guitarra e vocais ritmados. Rap e guitarra se misturam, fazendo uma fusão interessantíssima. Os gritos são intensos e a guitarra continua comandando. Fabulosa.

 

Zombie Eaters começa lenta, com um violão sendo dedilhado e os vocais tristes e baixos. No segundo minuto da canção a pancadaria começa. O baixo mostra sua cara, os teclados são fúnebres e a bateria destrói tudo. É a melhor faixa do álbum.

 

A faixa título The Real Thing vem em seguida, com uma batida estranha no começo, mas logo a voz de Patton entra e tudo se acerta. A bateria é puro trash metal. E o baixo? Comanda novamente. Sensacional. Uma das melhores do álbum.

 

 

Underwater Love tem teclados demais. Mas é muito boa. Vocais lineares e uma bateria simples. Baixo funkeado, tônica do álbum. E as guitarras dão as caras, sendo simples, porém coesas.

 

The Morning After é puro rap-funk-hard. É a essência dessa mistura que mandou no final dos anos 80 e início dos 90. A guitarra entra meio suja, com acordes poderosos, mas sem muitas firulas. Belíssima canção.

 

Woodpecker From Mars é instrumental. E é fantástica. Começa com teclados solando, parecendo Rick Wakeman, mas logo a pancada se inicia. O baixo se destaca novamente, solando maravilhosamente. E a bateria se desdobra. Com muita eficiência.

 

War Pigs, cover do Black Sabbath, é incrível. Uma das melhores versões da história do rock. A voz de Patton é o grande destaque. As guitarras são espetaculares, com solos alucinantes. Heavy metal da melhor qualidade. Um tributo extraordinário.

 

 

Edge Of The World encerra o álbum com maestria. Começa com estalos de dedos e aquele baixo maravilhoso. Os teclados aparecem muito coesos e os vocais são melódicos. Parece que estamos em um cabaré. “We’ll sing and dance, and we’ll find romance, and we’ll stroll to the edge of the world.” Final estupendo. De um álbum estupendo. De uma banda estupenda. De uma banda que fez da fusão heavy metal e rap, sua marca registrada. De uma banda que fundiu o rock. O bom e velho rock’n’roll.

 

Leia outras colunas do Marcus Vidal aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *