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Engenheiros do Hawaii: o rock gaúcho aparece para o Brasil

15/02/2023
engenheiros

Hoje a coluna destaca o primeiro álbum dos gaúchos dos Engenheiros do Hawaii, Longe Demais Das Capitais, que foi lançado em 13 de outubro de 1986. Com produção de Reinaldo B. Brito, este é mais um excelente álbum de estreia de uma banda. Confesso a vocês, caros leitores, que não sou muito fã da banda, mas este álbum é bem interessante. Depois de terem participado de uma coletânea de bandas gaúchas, ‘Rock Grande Do Sul’, os Engenheiros entraram em estúdio para gravá-lo.

 

 

A bateria marcial e a guitarra solando dão início a Toda Forma De Poder. A guitarra de Humberto Gessinger é bem ritmada e o baixo de Marcelo Pitz dá todo o andamento da canção. E a letra é bem legal: “Se tudo passa, talvez você passe por aqui, e me faça esquecer tudo que eu vi!”.

 

 

Segurança é divertida e despojada. Tem uma guitarra simples e um saxofone alegre. O baixo se destaca e a letra é despretensiosa.

 

Eu Ligo Pra Você começa com Humberto recitando uma letra bem depressiva. Depois grita desenfreadamente. A melodia é sensacional. E o solo de guitarra é bem bacana.

 

Nossas Vidas é um reggae. Meio sem graça, confesso. Deve ter sido gravado para completar o álbum. O único destaque é o baixo, novamente.

 

Fé Nenhuma é hard rock. A guitarra fala mais alto. A bateria tem viradas formidáveis. O coro no refrão é muito bom. “Não levo fé nenhuma em nada. Nada, nada não!”

 

Beijos Pra Torcida é um country-rock bem bobo. Mas é divertido. A guitarra é o destaque e o baixo dá um bom andamento para a canção.

 

Todo Mundo É Uma Ilha começa com solo de baixo e uma guitarra estilo ‘The Clash’. “Eu caí…Você caiu…Numa armadilha, a gente tenta se esquecer, que todo mundo é uma ilha.” O solo de guitarra no final é sensacional.

 

Longe Demais Das Capitais fala sobre Porto Alegre. Inicia parecendo um bolero. Mas, em seguida torna-se um rock. E volta a ser um bolero. Seu descompasso é bem interessante. “Eu sempre quis viver no Velho Mundo. Na velha forma de viver.”

 

 

Sweet Begônia é outro reggae desnecessário. Não combina com a banda. Totalmente dispensável.

 

Nada A Ver começa bem lenta, mas logo vira um ska-rock bem divertido. A letra é o destaque da canção: “Nada a ver, nada a perder, nada a fazer, nada não.” Tem um solo de guitarra pesado.

 

Crônica é mais rápida e com bateria de Carlos Maltz e suas viradas. O refrão cita Umberto Eco: “Você que tem ideias tão modernas. É o mesmo homem que vivia nas cavernas.” Guitarra solando muito.

 

Sopa De Letrinhas é a melhor do álbum. A guitarra é bem pesada e o baixo sola alucinadamente. A única letra que apresenta a parceria Gessinger/Pitz, que depois da turnê saiu da banda. “Eu fico sozinho, seu beijo me arranha. Um estranho no ninho, ninguém me estranha.” O solo de guitarra é espetacular.

 

 

Ao ser lançado, a gravadora coloriu a capa, sem o conhecimento da banda.

 

Depois deste álbum, vieram muitos outros dos Engenheiros do Hawaii. Todos sem a pegada de ‘Longe Demais Das Capitais’. E com as insuportáveis crises existenciais de Humberto Gessinger. Mas é rock. O bom e velho rock’n’roll.

 

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