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Deep Purple: a fase mais soul da banda de hard rock

22/02/2023
deep

Junto com Black Sabbath e Led Zeppelin, o Deep Purple formou a tríade do embrião do hard rock e heavy metal. Tenho um grande apreço e admiração pela terceira fase da banda, conhecida como MK III, com David Coverdale nos vocais e Glenn Hughes no baixo, além dos três integrantes remanescentes Ritchie Blackmore na guitarra, Ian Paice na bateria e Jon Lord nos teclados. Gosto muito de Stormbringer, o nono álbum de estúdio da banda, lançado no final de 1974, com produção de Martin Birch e da própria banda. Elementos do hard e do heavy se misturam aos do soul e funk, tornando uma sonoridade espetacular, além dos vocais duplos de Coverdale e Hughes.

 

O álbum inicia com a faixa título, Strombringer e seus teclados com efeitos. A bateria é uma das melhores levadas do hard setentista. As vozes de Coverdale e Hughes se misturam, formando um turbilhão sonoro melódico. E o solo de guitarra de Blackmore é simplesmente espetacular.

 

Love Don’t Mean A Thing é puro soul, com levada de guitarra ritmada. Inicia com a voz grave de Coverdale sussurrando a letra da canção. Eis que, de repente, Hughes vem com sua potência vocal, mais aguda, na segunda parte da faixa. A guitarra é cheia de efeitos e o baixo é puro funk anos 70. Coverdale volta a cantar e não deixa por menos. É um duelo vocal maravilhoso.

 

 

Holy Man é cantada apenas por Hughes. E é uma oração. Uma prece do hard rock. Seu falsete é sensacional. Mas o peso da canção é fabuloso. A guitarra de Ritchie sola o tempo todo. Uma das melhores do álbum.

 

 

Hold On é puro soul music. O baixo de Hughes é quem comanda a canção. Mas a voz de Coverdale está espetacular. Apesar de dividir os vocais. Dá um show. Uma aula. E o coro é formidável. No seu solo, Ritchie detona. E tem até um pequeno solo de Lord.

 

 

Em Lady Double Dealer o peso característico da banda volta com tudo. Rápida e ritmada, com uma bateria poderosa, guitarra solando e um baixo seguro. Coverdale mostra sua potência vocal, levando a canção muito bem.

 

You Can’t Do It Right com a sua guitarra funk e baixo dedilhado, dando todo o andamento da canção, são as marcas principais dessa faixa fantástica. O duelo vocal está de volta. Hughes e seus agudos e Coverdale e seu ritmo intenso. O solo de Lord é fabuloso.

 

 

High Ball Shooter inicia com um riff de guitarra hard-funk e o duelo maravilhoso de vozes. Mas o peso da bateria e do baixo não deixam descaracterizar a canção. Solo de teclado novamente espetacular. É um hard rock da melhor qualidade.

 

The Gypsy vem com bateria ritmada e solos alucinantes de guitarra. As vozes de Coverdale e Hughes ecoam juntas, formando um dueto vocal imensamente melódico e afinado. Uma das melhores do álbum.

 

 

O fim é com Soldier Of Fortune, a melhor do álbum, é cantada apenas por Coverdale, que é tocada até hoje nos shows do Whitesnake. Uma balada arrepiante, com Blackmore mostrando toda a sua técnica nos violões e guitarras. A voz de Coverdale está fantástica, apesar de ter apenas 22 anos na época. A melodia é sensacional. Os teclados seguram todo o ritmo da canção. Uma obra prima dos anos 70. Sua letra é fabulosa: “But I feel I’m growing older, And the songs that I have sung, Echo in the distance, Like the sound, Of a windmill going round, Guess I’ii always be a soldier of fortune”.

 

 

Sei que muitos leitores vão torcer o nariz, perguntando sobre a fase com Ian Gillan e Roger Glover. Gosto também, mas prefiro os três álbuns com David Coverdale e Glenn Hughes, Burn, Stormbringer e Come Taste The Band. Acho a sonoridade melhor, sem deixar de ser hard. Sem deixar de ser rock’n’roll. O bom e velho rock’n’roll.

 

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1 comentário em “Deep Purple: a fase mais soul da banda de hard rock”

  1. Marcelo The Road Warrior

    Gostei de sua indicação corajosa. Adoro o Whitesnake e o Deep Purple. O Coverdale é um mostro do Rock. Muitos falam de sua pesada mão sob suas criações, mas como todo artista fascinante, ele zela por suas obras. É um mal dos seres raros, verdadeiros incompreendidos em seu tempo, o fato de serem “patrulhados” por outros de menor sensibilidade. Vida Longa e Próspera ao Rock and Roll. Parabéns Marcus Vidal!!!!!

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