Comemorando o Dia Internacional das Mulheres, esta coluna presta uma homenagem às mulheres do rock. Dentre tantas figuras femininas tão importantes, hoje temos a grande estrela do hard rock, do pré-punk, do peso feminino: Joan Jett. Seu segundo álbum após a saída das The Runaways é excelente. I Love Rock’N’Roll é um primor. Lançado em 18 de novembro de 1981, este álbum marca a estreia da cantora com sua nova banda, The Blackhearts. Vendeu mais de 10 milhões de cópias, tornando-se o mais vendido de toda sua carreira.
E a faixa-título, I Love Rock’N’Roll, já é a primeira do álbum. É uma canção da banda The Arrows, porém é mais um caso em que a versão ficou melhor que a original. E paramos por aqui. Nenhuma outra versão depois desta merece meu respeito. As guitarras de Joan e Ricky Byrd são estrondosas. Basta um acorde para você reconhecer a canção. É puro hard-punk-rock. O refrão é grudento e a voz de Joan é rasgada. Sem falar no backing vocal do baixista Gary Ryan.
(I’m Gonna) Run Away é hard setentista, com guitarra pesada e voz suave. A bateria de Lee Crystal dá todo o andamento da canção. É descompassada e pesada ao mesmo tempo.
Love Is Pain é puro The Clash. Joan já começa cantando sobre uma guitarra crua e um baixo linear. “We are not ashamed!”.
Nag é um hard saído dos anos 60. Com guitarras, coro e palmas no melhor estilo surf music, lembrando trabalhos iniciais dos Beach Boys.
Crimson And Clover é mais uma versão, agora de Tommy James And The Shondells. Com compasso mais lento e com Joan declamando a canção, é uma declaração de amor à moda hard-punk. E somente Joan Jett poderia fazê-la.
Victim Of Circumstance tem a voz rasgada e pesada de Joan e um coro feroz. A guitarra dá todo o andamento da canção, com a bateria sendo o destaque devido suas viradas. E mais coro e palmas. Considero a melhor faixa do álbum.
Bits And Pieces começa com palmas e uma bateria compassada, dando um andamento diferente à canção. O coro é espetacular: “I’m in pieces, bits and pieces!”. A guitarra é suja e crua. Punk!
Be Straight tem uma guitarra pesada e a voz de Joan se destacando. A bateria é simples e precisa. Espetacular.
You’re Too Possessive é hard, com bateria lembrando Keith Moon (The Who). A voz e o coro se encaixam perfeitamente. Um prazer escutar esta canção.
Little Drummer Boy encerra o álbum. E é um primor. A voz desafinada de Joan é maravilhosa. A guitarra dá o andamento da canção e a bateria é marcial. E a letra é uma oração cristã, falando do menino Jesus. Um rock cristão da melhor qualidade.
Este é um álbum que deve ser curtido muitas e muitas vezes. Joan Jett entende de rock. As mulheres entendem de rock. Do bom e velho rock’n’roll.
Leia outras colunas do Marcus Vidal aqui.