A discussão de uma pauta de reivindicações para as mulheres do campo melhorarem a produção e a gestão das propriedades levou aproximadamente 100 mulheres de movimentos sociais ligados à terra à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, em Curitiba, na manhã desta terça-feira (07). O encontro fez parte da Jornada Estadual de Lutas das Mulheres, que se realiza entre 6 e 8 de março.
De acordo com Cristina Stunger, do Assentamento Santa Maria, em Paranacity, a pauta foi discutida durante o ano de 2022 e condensada em sete pontos fundamentais. “Vão desde questões mais estruturais para a gente construir os pilares da agricultura agroecológica, até questões como fábrica de bioinsumos, agroindustrialização, termos de fomento focados nas cadeias produtivas trabalhadas pelas mulheres, passando pela proteção e utilização da água, irrigação, financiamento e assistência técnica focada em gestão e produção”, disse.
Elas foram recebidas pelo secretário em exercício, Richardson de Souza. “Ficamos muito satisfeito e a impressão é que foi recíproco, porque a pauta está dentro daquilo que a Seab está desenvolvendo de políticas públicas para o setor, são questões extremamente importantes que vem ao encontro da melhoria da renda familiar, das tecnologias nas propriedades e da agricultura orgânica”, salientou.
Ele reforçou que estava acompanhado das equipes da secretaria responsáveis por programas ligados à agricultura familiar. “A equipe entendeu todas as demandas, foram anotadas e é um trabalho que vamos construir com o movimento ao longo deste e dos próximos anos”, afirmou. “Vemos que as mulheres estão evoluindo, se fortalecendo na família, na gestão da propriedade e, de maneira respeitosa e com conhecimento de causa, apresentaram seus problemas, o que nos dá mais responsabilidade para ajudar a enfrentar”.
Alinhamento
Cristina Stunger acentuou que todas as propostas e indicativos apresentados foram muito bem acolhidos pela equipe da Agricultura. “Mostra um alinhamento estratégico entre as pautas históricas das mulheres camponesas e do conjunto das organizações do campo, que já refletiu em várias políticas públicas que o Estado do Paraná tenta organizar”, afirmou.
“Segue para 2023 o desafio de como vamos construir, junto com o governo do Estado e com os instrumentos que temos à disposição na Seab, o nosso projeto de desenvolvimento para o campo e de fazer uma agricultura que seja a nossa cara, sustentável, focada na agroecologia”.
Marli Brambilla, de Querência do Norte, que representou as mulheres à mesa, também elogiou o encontro. “Ficamos felizes em ver que a pauta de reivindicação das mulheres está muito de acordo com os programas e projetos que o governo do Estado apresentou”, salientou. Ao longo do ano de 2023 e 2024, vamos transformar essa pauta em programa para a autossustentação das mulheres do campo”.
Também participaram da reunião o diretor técnico da Seab, Benno Henrique Weigert Doetzer, o diretor de Extensão Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), Diniz Dias Doliveira, e coordenadores de programas da Seab.
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