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U2: sempre fiel e messiânico

15/03/2023
u2

O U2 está prestes a lançar um novo álbum. Contará com releituras de antigos sucessos. Enquanto não chega às lojas e aos streamings, essa coluna reverencia novamente a banda com um dos melhores álbuns dos anos 1980: The Joshua Tree. Lançado em 9 de março de 1987, com produção de Brian Eno e Daniel Lanois, chegou a incrível marca de 25 milhões de cópias vendidas. É um álbum espetacular. Uma verdadeira obra-prima. Bono, The Edge, Adam e Larry lapidaram um diamante.

 

 

Where The Streets Have No Name já começa emocionando. Um teclado pesado e uma guitarra bem dedilhada. O baixo de Adam comanda a canção, dando um andamento fabuloso. E quando Bono canta, tudo se torna divino. “I wanna feel, sunlight on my face, I see the dust cloud disappear, Without a trace, I wanna take shelter, From the poison rain, Where the streets have no name.” Larry toca sua bateria com muito fervor. Um dos singles do álbum. Simplesmente espetacular.

 

 

I Still Haven’t Found What I’m Looking For e sua guitarra country surpreendem. Um country blues mais lento, com Bono pregando sua palavra. E o baixo comanda tudo. Outro single do álbum. Uma canção memorável. Com o baixo novamente dando as caras.

 

 

With Or Without You e sua guitarra leve começam a mostrar sua verve messiânica. Mais um single do álbum. E um dos seus maiores sucessos. “Through the storm, we reach the shore, You gave it all, but I want more, And I’m waiting for you.”

 

 

Bullet The Blue Sky tem um peso fabuloso. Guitarras distorcidas e bateria voraz. Bono canta com uma gana absurda. E quem comanda novamente? Adam e seu baixo. Um hard rock demolidor. O Sepultura fez uma versão muito boa da canção.

 

Running To Stand Still é uma das minhas preferidas do álbum. Uma balada blues estonteante. Bono mostra o que é cantar. A guitarra de The Edge é magnífica.

 

Red Hill Mining Town é a melhor do álbum. Um baixo devastador, uma guitarra dedilhada com a maestria dos melhores blueseiros e uma bateria reta e cadenciada. “I’m hangin’ on, You’re all that’s left to hold on to. I’m still waiting, I’m hangin’ on, You’re all that’s left to hold on to.”

 

 

In God’s Country é puro rock, com o baixo cadenciado e a bateria segura e coesa. A melhor letra do álbum. “Sleep comes like a drug in God’s country, Sad eyes, crooked crosses, in God’s country.” Não tem como não se emocionar com esta canção. Perfeita.

 

 

A harmônica de Trip Through Your Wires dá o tom da canção. Uma viagem ao interior dos EUA. Uma canção que retrata o intuito do álbum: EMOCIONAR. “Angel, angel or devil? I was thirsty, And you wet my lips. You, I’m waiting for you, You, you set my desire, I trip through your wires.”

 

One Tree Hill começa com uma guitarra com um certo balanço, uma bateria simples e o baixo certeiro, como sempre. Bono, verdadeiramente, ora a letra. Sim. É uma oração! “I’ll see you again when the stars fall from the sky, And the moon has turned red over One Tree Hill. We run like a river runs to the sea, We run like a river to the sea.” Espetacular.

 

Exit é soturna, mas vai crescendo, graças aos vocais de Bono. A guitarra é muito pesada e o baixo é puro pós-punk oitentista. Excelente canção.

 

O álbum encerra com Mothers Of Disappeared. Messiânica e grandiosa, como deveria ser. Muitos efeitos nas guitarras e nos teclados, a cargo de Brian Eno.

No aniversário de 20 anos do álbum, em 2007, um CD bônus foi incluído na edição de luxo. Alguns singles são extraordinários. Spanish Eyes e sua guitarra dedilhada e rasgada é sensacional. Ecos de The Clash. Silver And Gold é matadora. Uma das maiores canções da banda. Uma pegada punk com levada hard. Arrasadora. Wave Of Sorrow (Birdland) é pura emoção. “And if the rain came, And if the rain came… now, Would it wash us all away, On a wave of sorrow.” Antológica. Assim como The Joshua Tree. Antológico. Arrasador. Estonteante. Emocionante. Puro Rock’n’roll. O bom e velho rock’n’roll.

 

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