A produção sustentável de leite foi um dos assuntos que mobilizaram produtores nesta terça-feira (11) na 61ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina – ExpoLondrina 2023. A discussão girou em torno de genética, sanidade, alimentação e conforto e bem-estar animal.
“São temas bastante técnicos, mas neles está a sustentação da atividade”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Segundo ele, o Paraná produz 4,5 bilhões de litros de leite por ano. Somado com Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a produção no Sul do país totaliza 13 bilhões de litros, volume superior ao produzido por Argentina e Uruguai juntos.
“Novas empresas de processamento de leite estão se instalando ou com plantas prestes a serem inauguradas no Paraná, o que garante espaço para todos”, reforçou Ortigara. “Mas precisamos cada vez mais construir um jogo melhor, trazer alternativas para rentabilizar mais a propriedade, trazer tecnologia para reduzir o trabalho mais penoso”.
Alimento e bem-estar
Sobre o sistema alimentar, o secretário alertou para a necessidade de estudar opções. Alguns dos alimentos utilizados hoje, como o milho, estão sendo destinados cada vez mais para outras finalidades, a exemplo da produção de etanol e de silagem para produzir gás, o que pode elevar o preço. “Neste espaço de mundo é possível produzir quase tudo e precisamos estudar alternativas”, propôs.
Conforto e bem-estar animal tanto na produção quanto no abate estão no foco mundial e fazem parte dos acordos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “Os acordos dizem que não dá para criar animais de qualquer jeito”, afirmou Ortigara. “Conforto e bem-estar são regras permanentes e crescentes”.
De acordo com ele, também é preciso buscar sempre maior eficiência em questões reprodutivas. Citou como exemplo a produção de sêmen sexado, que privilegia o nascimento de fêmeas e com melhor qualidade. “Isso está evoluindo e é um jogo que precisa ser jogado”, disse.
Para o secretário, cada produtor deveria se perguntar até que ponto está disposto a crescer e preparado para sobreviver na atividade. “Ou extrai bom resultado ou não sobrevive”. Ortigara acentuou que a tendência na cadeia do leite é a concentração, assim como já acontece com suíno e frango. “Temos de evoluir para a produção mais fidelizada, que a indústria reconheça a qualidade e o volume e possa pagar mais por isso”.
Soja
Ortigara participou ainda do 1° Fórum Soja Baixo Carbono, promovido pela Embrapa. “Estamos evoluindo para um sistema mais sustentável que vai nos posicionar muito melhor no mercado de produção”, disse. “A gente pode, com métodos transparentes e claros, conseguir mais renda, e esse é o esforço que a ciência faz com vistas a uma planta mais resistente e um ambiente de produção plenamente sustentável”.
O secretário salientou que toda iniciativa em favor de uma produção mais sustentável, com qualidade superior e que se traduza em fluxo financeiro para a propriedade rural, terá o apoio do Estado. “A soja é o principal ativo da economia brasileira e geradora de renda. Por isso, temos de ter habilidade para aproveitar as oportunidades de aperfeiçoar a colocação de nossa bandeira no mundo dos alimentos”, afirmou.
O Programa Soja Baixo Carbono, da Embrapa, está criando um protocolo para certificar áreas produtoras com baixa emissão de gases de efeito estufa, por meio do selo SBC. Os critérios serão validados em três safras, a partir da 2023/24, em mais de 25 lavouras-pilotos de todas as regiões produtoras do País.
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