Muitas são as reclamações recorrentes de gestores sobre funcionários sem comprometimento e que ficam pouco tempo nas empresas.
Há pouco tempo atrás o funcionário costumava construir carreira nas empresas e conforme o tempo ia passando ia conseguindo cargos de maior confiança e maiores salários. Ainda hoje carregamos o pensamento retrógrado de que um funcionário com mais de 30 anos já deveria estar em uma função de gestor.
Acontece que os tempos mudaram.
Hoje encontramos no mercado estudantes de 30 anos buscando oportunidade em estágio. Isso demonstra a entrada cada vez mais tardia dos jovens no mercado.
Outra grande mudança é no comprometimento. No mercado de trabalho atual percebemos que são poucos os funcionários que vestem a camisa e demonstram comprometimento com a empresa que os contrata.
Um fato muito interessante é que os currículos acumulam empresas num curto espaço de tempo, evidenciando que os colaboradores hoje mudaram o foco e querem viver mais experiências. Com isso o que temos visto são funcionários “passageiros” que chegam na empresa para aprender e vão embora.
De um lado o funcionário que coleciona experiências na carteira de trabalho, do outro lado o gestor que luta para conseguir montar uma boa equipe.
O que fazer?
Esse é sem dúvida o grande desafio.
Contratar um novo colaborador exige uma série de ações. As pessoas são peças importantes e a gestão dessas pessoas começa num processo seletivo e continua numa boa gestão.
Para as pequenas empresas o desafio de reter talentos é ainda maior, pois muitas delas não conseguem competir com os altos salários que são oferecidos por grandes empresas.
Porém uma vantagem que as pequenas empresas têm frente às maiores é a oportunidade de deixar seus colaboradores participarem de grandes decisões. Aliás isso deveria ser usado a favor da pequena e média empresa, pois isso desenvolve o senso de pertencimento ao negócio e isso reflete em comprometimento.
Destaco aqui a importância da figura do RH que deve ajudar na analise dos profissionais e trazer boas práticas para dentro da empresa.
Conhecer os funcionários, seu estilo de vida, suas ambições e oferecer benefícios que atendam a essa demanda. Ações sociais, sustentabilidade, são coisas que hoje tem motivado os novos colaboradores a vestirem a camisa da empresa.
Dar autonomia aos funcionários. Criar oportunidades e dar condições para o time interagir com clientes, fornecedores e parceiros. Fazendo-os e ensinando-os a agir como donos.
Trazer para a empresa treinamentos para aprimorar conhecimentos e desenvolver a equipe. Isso incentiva a busca por novos projetos e novas soluções. Hoje temos diversos cursos on line que podem ser facilmente contratados e pagos pela empresa.
Criar uma empresa participativa, com confiança e respeito. Desenvolver uma cultura corporativa facilitando o relacionamento entre todos da empresa. Isso vai incentivar o colaborador a expressar seus sentimentos e anseios.
Usar a prática do feedback. Deixar o colaborador saber se está atingindo as expectativas ou não. Fazer um plano de desenvolvimento. Conversar com os colaboradores sobre carreira. Ouvir os colaboradores e permitir que participem de outras atividades, em outras áreas.
Cuidar com a comunicação interna. Manter seus colaboradores bem informados sobre os próximos passos da empresa. Por exemplo, a empresa pensa em mudar a sede de lugar? Comunique aos colaboradores. Ouça-os. Entenda como essa mudança vai impactar na vida da empresa e a de seus colaboradores.
Dê condições dignas de trabalho. O colaborador precisa de uma mesa, de uma cadeira e de um espaço para desenvolver sua atividade.
Reter talentos é fundamental para que a empresa se torne auto gerenciável e assim atinja o crescimento.
Cuidado com a gestão do seu negócio. Empresas quebram por falta de gestão.
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