A indústria 4.0 traz cada dia mais discussões acerca da conexão entre pessoas, máquinas e processos para proporcionar resultados assertivos para o país. Em Manaus, consultor Industrial e pós-doutor pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Sandro Breval desenvolveu o PIMM4.0. A plataforma tecnológica ajuda empresas a iniciar o processo de adaptação e implantação desse novo modelo industrial.
Breval afirma existir evidências de que quando as empresas investem em projetos ou POCs com a temática da indústria 4.0, manufatura avançada ou transformação digital sem o diagnóstico, os seus projetos não são tão efetivos.
“Surgiu a necessidade de adaptação das empresas às novas tecnologias e ao novo ambiente de negócios que se formou em termos de demanda, qualidade, customização e eficiência. Com isso, as empresas tinham de iniciar a implantação. A grande questão é por onde começariam e quais ações de maior impacto nas organizações?”, diz o consultor que é pós-doutorando pela USP – Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Mecatrônica.
O especialista explica que, por isso, o surgimento de modelos de maturidade e prontidão, que segundo o especialista, medem as lacunas da empresa quanto aos requisitos da indústria 4.0.
Sandro Breval conta que em 2018 percebeu essa necessidade nas empresas industriais e foi buscar densidade científica para o desenvolvimento de um modelo orientado para a realidade brasileira, o que culminou no Pós Doc na Univ do Porto. “Após o estágio doutoral iniciamos os testes em campo com empresas do Polo Industrial de Manaus permitindo uma melhor visão de possíveis ajustes no modelo”, lembra o pós-doutor em Indústria 4 0.
O PIMM4.0 foi desenvolvido com robusta base científica, usabilidade na indústria brasileira e plataforma tecnológica. Hoje a plataforma possui 8 dimensões de medição como Produtos, Manufatura, Estratégia, Modelo de negócios, Cadeia de Suprimentos, Interoperabilidade, Pessoas-Cultura, Sustentabilidade e Governança que totalizam em cerca de 80 variáveis e são medidas de forma transversal e integrada com um modelo matemático resultando em 4 níveis (digital, tecnológico, transição e avançado).
Por que as empresas precisam do modelo?
O especialista explica que as empresas precisam do modelo para entender melhor suas lacunas empresariais em relação à indústria 4.0, evitando investimentos sem ROI ou que não tenham impactos na cadeia de valor da empresa. A aplicação do modelo PIMM4.0 está voltado para a realidade brasileira. Entendendo cada uma e suas relações será possível identificar seu grau de maturidade e prontidão e seu posicionamento na indústria 4.0.
Como a plataforma funciona
A plataforma PIMM4.0 funciona via web com ambiente tecnológico avançado, coleta de dados multinível (operacional, gerencial e estratégico), visão gerencial do processo de medição com dashboards e relatórios que permitem à empresa um elevado grau de assertividade dos resultados apurados. E ainda, ela possui um módulo de Roadmap no qual é possível criar as ações em uma “A3” eletrônico com total integração com o diagnóstico.
A plataforma PIMM4.0 é disponibilizada para as empresas através de um link específico e único para cada organização, permitindo o máximo de segurança e confidencialidade dos dados. Para hospedagem é utilizado o serviço da AWS (EC2 e RDS). Além disso, todos os dados estão protegidos de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados brasileira; os endereços possuem certificados SSL – com segurança HTTPS.
Comprovação
Uma empresa do setor de estruturas automobilísticas instalada em São Paulo, fabricante de componentes estruturais de nível 2 para os mercados de veículos leves e comerciais e utiliza na sua cadeia de suprimentos o “just-in-time”.
Para o início do processo de digitalização foi utilizada a metodologia de medição da maturidade e prontidão da indústria 4.0 (PIMM4.0) e sua plataforma tecnológica para o desenvolvimento do diagnóstico. Em meados de fevereiro de 2021 aconteceu o kick-off do projeto e uma sensibilização dos conceitos utilizados pela coleta de dados contemplou todos os níveis hierárquicos da organização (multinível). Os gestores da empresa relataram o grau de assertividade do diagnóstico e a importância estratégica das informações contidas, as quais propiciaram uma priorização das ações.
O modelo PIMM4.0, atualmente, é utilizado por fábricas do Sul/Sudeste do país em parceria com consultorias como a KPMG, na empresa Suzano, a PPI-Multitask na empresa Vittia e a Nordika, no IBMP. Breval ainda afirma que através do projeto Jornada Amazônia 4.0 com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), 20 empresas do Polo Industrial de Manaus como Midea, BIC, Tutiplast, NanSen, Tenneco, Steck, Eternit entre outras, já receberam o projeto de medição da maturidade. Vale ressaltar que o PIMM4.0 já foi utilizado pela SEMP TCL, Philco, Foxconn, Calcomp, Multilaser dentre outras empresas.
Para Sandro Breval, a indústria brasileira ganha na geração de valor ao investir na identificação de seu posicionamento quanto a indústria 4.0 pois, isso permitirá que suas ações sejam mais orientadas e assertivas. “As organizações precisam buscar cada vez mais congruência de seus objetivos, agilidade, responsividade e melhor posicionamento. O suporte tecnológico é imprescindível para esse avanço”, conclui o pós-doutor em Indústria 4.0 e criador da plataforma PIMM4.0.
Mais informações sobre a plataforma tecnológica podem ser encontradas no @pimm4.0 ou pelo e-mail [email protected].
Website: https://www.pimm40.com.br/
(Estadão Conteúdo)
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