Condição que afeta cerca de 40 mil brasileiros por ano, a paralisia facial é causada devido a uma lesão do nervo facial, que pode ocorrer por acometimento viral, conhecida também como Paralisia de Bell, tumores na parótida e no nervo acústico, traumas com fraturas nos ossos do crânio e da face.
Apesar do alto número de casos e de acometer crianças e adultos, muitas vezes de maneira repentina, especialistas da área da saúde informam que há boas chances de reversão do quadro desde que tratado adequadamente e o mais breve possível.
O Dr. Fausto Viterbo, especialista em microcirurgia e professor titular da Faculdade de Medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista de Botucatu), detalha as causas, tipos e as formas de tratamento da paralisia facial.
Diferenças entre os tipos de paralisia facial
‘A paralisia mais comum é a Paralisia de Bell, causada, em geral, pelo vírus Herpes simplex. Semelhante a esta, porém mais grave, é a Paralisia de Ramsay Hunt, causada pelo Herpes zoster. Há também a congênita, ou seja, a criança nasce com paralisia facial’, afirma o médico.
Outras causas da paralisia facial são: retiradas de tumores, no ouvido ou na parótida, que podem determinar a lesão no nervo facial; traumas causados por agressões físicas, tiros ou arma branca; acidentes de carro ou quedas também podem determinar a lesão no nervo facial.
Tratamento
Na paralisia viral, o paciente deve receber medicações antivirais e também corticoides, a fim de reduzir o inchaço provocado no nervo. Nos outros casos, pode ser indicado o tratamento cirúrgico com colocação de enxerto de nervo sural, retirado da perna, permitindo a reinervação dos músculos afetados.
‘É importante salientar que o tratamento deve ser precoce, após a paralisia facial, para evitar a atrofia do músculo. É importante ressaltar que o músculo paralisado durante algum tempo sofre atrofia irreversível, perdendo-se a chance de reservar este músculo’, ressalta o profissional.
Nas paralisias antigas, com mais de 1 a 2 anos, os músculos afetados poderão estar definitivamente atrofiados, explica. Nestes casos, usa-se músculo não inervado pelo nervo facial para possibilitar o sorriso. A preferência tem sido o músculo temporal. Os tendões desse músculo são seccionados e suturados no enxerto de fáscia lata, retirado da coxa, que é fixado no canto da boca. Desta forma, ao comer, ocorre o movimento de sorriso.
Recuperação
‘Com treinamento adequado e exercícios, os pacientes obtêm um sorriso bastante adequado. Quando não existe a possibilidade do músculo temporal, por este estar comprometido e, portanto, não funcionante, pode-se usar o transplante livre de músculo grácil’, diz o Dr. Viterbo.
Este músculo, localizado na coxa, é retirado e tem sua artéria e veias ligados com artéria e veia facial. ‘O seu nervo é ligado no nervo massetérico e, assim, o paciente, ao morder, vai contrair este músculo, permitindo um sorriso’, conclui.
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