Curitiba vai ganhar, nesta quarta-feira (20), o primeiro EducAção Festival Internacional de Cinema e Educação, que traz uma programação que só encontra paralelo na Mostra de Cinema de Ouro Preto quando se fala em cinema aplicado à formação de estudantes e o uso do audiovisual na pedagogia para aprimorar o conhecimento. O evento acontece na Cinemateca de Curitiba nos dias 20, 21 e 22 deste mês; e traz tanto palestrantes internacionais como também filmes do exterior.
Um dos pontos altos do evento, de acordo com uma das criadoras, Téia Werner, da Werner Produções, será o lançamento para todo o Brasil dos cadernos Linguagem Cinema, Doze Brinquedos e Filmes, da prestigiada cineasta e educadora chilena Alicia Veja. Os cadernos foram escritos à mão pela educadora durante a pandemia, com os princípios teórico-metodológicos da sua disputada oficina de cinema, transformada em filme por Ignacio Agüero (Cem crianças esperando um trem – 1988).
No lançamento dos cadernos, o trabalho e a trajetória de Alicia vão ser apresentados e discutidos por uma especialista em sua obra, a argentina Adriana Fresquet. A roda de conversa será no dia 22 às 16 horas. Fresquet é professora da Escola de Educação da UFRJ. Em seu livro Cinema e educação: Reflexões e experiências com professores e estudantes de educação básica, dentro e “fora” da escola, Fresquet afirma que nada é mais natural do que usar o cinema “como pavio da transformação necessária de uma realidade há muito formatada e embalada para uma vivência automatizada”.
O festival, realizado pela Werner Produções, pretende estimular a produção e a circulação de obras audiovisuais produzidas em ambiente escolar e também fora dele. A primeira oficina em escola já foi realizada na última quinta-feira, no Colégio Estadual Maria Balbina Costa Dias, no Tarumã, ministrada pela cineasta Silvia Gabriela. Os alunos realizam um pequeno filme que será apresentado no primeiro dia do festival.
Também no primeiro dia será realizado o Simpósio Audiovisual e Educação em Ambientes Formais e Não Formais, realizado em parceria com o Programa de Pós Graduação em Artes (PPGARTES), Mestrado Profissional e com o Laboratório de Cinema e Educação, ambos da Unespar. No centro da discussão, o uso de tecnologias e qualificação do audiovisual e de seus processos como prática da alteridade.
Da primeira mesa de debates, que discute Experiências com Cinema e Educação, participa a reitora da Unespar, Salete Machado Sirino, com mediação da professora Solange Straube Stecz.
Com palestras, estarão presentes uma das criadoras e curadoras do Cine Darcy, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, Elis Miranda; a orientadora do mestrado em educação audiovisual da Flacso (Argentina), Johanna Holt Blanco, também coordenadora audiovisual do Programa Cineduca no IFD de Maldonado; o cineasta Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, também roteirista e produtor, além de professor da Escuela Internacional de Cine de Cuba, entre outras atividades.
A professora e pesquisadora Marília Franco, da ECA/USP, é a responsável pela masterclass sobre o tema Cinema é Educação?! Marília também já foi diretora da prestigiosa escola cubana de cinema de San Antonio de los Baños (Cuba) e se dedica à pesquisa e preservação. Outro especialista na área é Mauro Domingues, especializado em Preservação Audiovisual e Digitalização de Acervos Arquivísticos e Museológicos, que participa de uma das mesas sobre o assunto ao lado de Marcos Saboia, coordenador da Cinemateca de Curitiba e responsável pelo seu acervo, e Mirele Camargo, diretora do Museu da Imagem e do Som do Paraná.
O time de participantes das mesas e palestrantes conta ainda com os professores Alexandre Rafael Garcia, Wagner de Alcântara Aragão, Catalina Sofia, Catu Rizo. A mostra de filmes traz películas do Uruguai e do Canadá além de obras de vários estados brasileiros. Receberão troféus o melhor filme de ficção, melhor documentário, melhor filme de animação, melhor filme escolhido pelo júri popular e melhor filme internacional, além de uma menção honrosa.
Como atividades formativas estão programadas duas oficinas com duração de 4 horas – Introdução à produção audiovisual no espaço escolar, dirigida a educadores, ministrada pelo mestre Oda Rodrigues; e Possibilidades Audiovisuais, pelo mestrando Danilo Custódio, aberta ao público maior de 15 anos.
“O Festival pretende ser um espaço fecundo de intercâmbio de ideias de vivências a partir de experiências de projetos audiovisuais educativos, exibições de filmes e participação de profissionais e docentes que compartilham de ações do cinema e da educação”, explica a coordenadora Téia Werer.
Mais informações no site do festival.
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