Por Caio Gottlieb
Não há nada de novo em noticiar as iniciativas de países e cidades para atrair turistas, uma rendosa e indispensável fonte de receita para suas economias.
Novidade mesmo são as ações que países e cidades vêm implementando para – pasmem – evitar, e até punir, o que já se convencionou chamar de “overtourism”.
Pois é: cansados do trânsito, barulho, poluição e lixo causados pelo turismo em excesso, muitos destinos populares da Europa, como Amsterdã, na Holanda, Veneza, na Itália, e Atenas, na Grécia, só para citar três exemplos, começaram a estabelecer proibições e aplicar multas e impostos para desencorajar visitantes.
Literalmente, estão trocando os slogans de suas campanhas publicitárias: antes era o “venham nos visitar”; agora é “por favor, não venham”.
Tomadas por hordas de forasteiros, algumas cidades europeias tornaram-se praticamente inabitáveis para seus moradores e vivem superlotadas, inseguras e desconfortáveis.
O fato é que muitos dos lugares mais bonitos, charmosos, desejados e civilizados do mundo não estão mais conseguindo sobreviver ao fluxo de milhões de pessoas ano após ano.
Por outro lado, as multidões também não são uma experiência agradável para os próprios turistas, que ficam presos em longas filas apenas para caminhar em calçadas, comprar uma bebida, entrar em um restaurante ou embarcar em um trem, avião ou ônibus.
Mas há uma saída para os viajantes rejeitados pelos europeus: venham para o Brasil.
Tenham a certeza de que o trânsito, o barulho, a poluição e o lixo que você trouxerem não vão nos incomodar. Convivemos tranquilamente com esses pequenos problemas há muito tempo. Sim, é verdade que tem a questão da criminalidade, porém, não é tudo isso que se fala por aí. A imprensa sempre exagera. Podem vir sem medo.
Serão muito bem recebidos.
Caio Gottlieb é jornalista, publicitário e editor do blog caiogottlieb.jor.br