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Segurança: cuidado com os ‘golpes de aplicativos de relacionamento’

18/10/2023

O avanço da tecnologia trouxe inúmeras comodidades à nossa vida cotidiana, mas também abriu portas para ameaças que, muitas vezes, podem passar despercebidas e causar grandes problemas. Um exemplo cada vez mais presente é o crescente número de golpes relacionados a aplicativos e sites de encontro e relacionamento.

 

Para compreender a dimensão desse problema e os cuidados a adotar, conversamos com especialistas em segurança digital e proteção pessoal. Fernando Brafmann, diretor do Grupo MAGAV, alerta sobre a importância de conhecermos os riscos envolvidos e medidas efetivas de proteção.

 

“Na verdade, sempre houve a ocorrência de golpes em situações de encontros ou paqueras com uma enorme variedade de histórias para ludibriar e encantar as potenciais vítimas com falsas promessas e situações que terminavam em prejuízos financeiros ou mesmo violência física e psicológica. O que ocorre é que hoje, com a migração deste processo do mundo real para o virtual, a tecnologia passou a ser utilizada também como ferramenta para auxiliar os golpistas”, explica Brafmann.

 

A quantidade de aplicativos e sites de relacionamento crescem exponencialmente, pois de fato oferecem grandes facilidades e oportunidades absolutamente legítimas de colocar você em contato com pessoas com interesses e objetivos em comum, aparência física compatível com o que você procura e, sobretudo, encurtam o processo de “busca”, num mundo onde a velocidade, praticidade e conforto são cada vez mais exigidos. Brafmann ressalta que “São mecanismos fantásticos, honestos e que foram desenvolvidos para ajudar muita gente. Mas são simplesmente ferramentas e estão sujeitos a serem utilizados por pessoas com intenções diversas e criminosas”. É justamente na medida que as facilidades aumentam que também surgem os riscos e perigos de uma vida online.

 

Há diversos golpes e o mais simples e comum em aplicativos de relacionamento é o conhecido como “Catfishing”, onde o golpista cria identidades falsas na internet, em sites de paquera e redes sociais, para dar credibilidade ao seu “personagem”, pois sabe-se que estas são as possíveis fontes onde suas vítimas irão procurá-lo. Na sequência, iniciam suas abordagens, sempre com muito talento na conversa e encantamento, até que propõem migrar para uma plataforma mais amigável, como o WhatsApp, ou mesmo um encontro pessoal.

 

Dalí em diante, percebendo que a pessoa foi “fisgada”, iniciam o trabalho de “Engenharia Social”, levantando informações sobre o potencial de recursos que podem obter daquela vítima e qual seria a melhor forma de abordagem. Neste momento, o golpista levanta informações nas redes sociais, em fontes abertas na Internet e mesmo na própria conversa com seu novo “par”. O principal fator que irá determinar o caminho a ser seguido pelo golpista é uma avaliação do potencial ganho em relação a quanto a possível vítima demonstra fragilidade, ingenuidade e o quanto parece “encantada” com o personagem criado.

 

Dados recentes da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) revelam que mais de 90% dos sequestros registrados no estado tiveram início em relacionamentos formados por meio de perfis falsos em aplicativos de paquera. Em 2022, a Divisão Antissequestro do DOPE, unidade especializada da Polícia Civil, esclareceu 94 casos desse tipo, prendendo 251 suspeitos e apreendendo 9 adolescentes infratores.

 

Os criminosos por trás desses golpes têm aprimorado suas táticas. Eles estudam suas vítimas, geralmente identificando pessoas que exibem um certo poder econômico em suas redes sociais. O encontro, muitas vezes, ocorre em locais isolados, aumentando o risco para a vítima. Um caso recente em São Paulo, que ganhou destaque na mídia, foi de um médico, que foi sequestrado após marcar um encontro pelo aplicativo, ilustrando a seriedade desse problema. A vítima só foi libertada após os criminosos realizarem transações bancárias no valor de R$ 75 mil.

 

Como se proteger?

Aqui estão algumas medidas essenciais para proteger sua segurança em encontros originados de aplicativos de relacionamento:

 

Desconfie do “fácil demais”: O ditado “nada na vida é fácil” se aplica ao amor também. Fique alerta! Desconfie de perfis muito “sedutores”, com fotos onde o rosto não aparece e a pessoa ostenta uma vida de conforto, luxo e grande patrimônio. Fique atento se este novo relacionamento parece evoluir muito rapidamente.

 

Não compartilhe informações demais: Não compartilhe nenhuma informação que possa indicar detalhes de sua vida financeira ou patrimônio. Esteja atento que mesmo numa conversa simples sobre seu passado, você pode estar informando sobre sua capacidade financeira, ao dizer que passou férias na Grécia ou que vai passar o Natal na fazenda da família. O golpista vai habilmente conduzir você a compartilhar este tipo de informação.

 

Faça sua própria pesquisa: Busque nas redes informações sobre a pessoa com quem está iniciando uma relação. Mais do que as fotos de perfil ou dos lugares que diz frequentar, procurem amigos reais em comum, pessoas conhecidas que possam dar referências e informações que possam ser verificadas, mesmo que por mecanismos de busca digital. Desconfie de perfis criados recentemente, seguindo muita gente e tendo poucos seguidores, com fotos onde não é possível reconhecer rostos e que poderiam ter sido tiradas da internet. Faça buscas na internet sobre qualquer informação que encontrar.

 

Escolha bem as fotos e informações que publica nas redes ou transmite: Não publique jamais fotos onde seja possível identificar seu endereço, placa de carro (se for necessário, edite e borre a placa), fotos onde apareçam quadros valiosos em sua casa, relógios caros etc. Mantenha sua página restrita para visualização só por amigos/conhecidos. Não publique fotos de filhos com uniforme escolar. Nunca publique documentos pessoais como RG, CNH, passaporte ou contratos com dados pessoais.

 

Desconfie de histórias tristes: Vocês estão se conhecendo agora. Não há por que você emprestar dinheiro para um novo contato com “uma mãe doente”, para um remédio caro, ou para qualquer história triste e – principalmente – que precise de uma solução urgente. Ligue o sinal de alerta.

 

Cuidado com aplicativos de banco: Se for possível, tenha um celular para uso comum, com aplicativo de um banco onde você tem dinheiro para movimentações menores, diárias e de consumo imediato. E mantenha outro em casa, só para aplicativos de bancos e corretoras de valores onde você guarda seu patrimônio.

 

Compartilhe sua localização: Informe amigos ou familiares sobre seu encontro, passe informações sobre quem é a pessoa que vai encontrar e compartilhe sua localização em tempo real com alguém de confiança. Crie uma “palavra-chave” para ser usada como pedido de ajuda. E combine que a comunicação deve ser feita por voz (ligação) e não por mensagens de texto, que poderiam ser feitas por outra pessoa.

 

Mantenha registros: Guarde registros das conversas e informações do perfil da pessoa com quem está se relacionando. Isso pode ser útil em caso de problemas futuros. Compartilhe isto com algum familiar ou amigo próximo para que possa ser usado em caso de sua ausência.

 

Cuidado com “nudes”: O ideal é evitar este tipo de envio, sobretudo no início de relacionamento com um desconhecido. Mas se for enviar fotos íntimas, oculte seu rosto e eventuais características pessoais que possam ser identificadas, como tatuagens ou marcas de nascença. E evidentemente, cuidado com as imagens ao fundo de onde a foto foi tirada. Parta sempre da ideia de que isso pode ser usado como chantagem contra você.

 

Encontros em locais públicos: Sempre marque os primeiros encontros em locais públicos, movimentados e que tenham sistema de vídeo monitoramento, como praças de alimentação de Shopping Centers. Caso a pessoa insista em encontros em lugares privados, entenda que isso já é sinal indicativo de risco. Afinal… por que ela não tem receio por sua própria segurança? Local público seria mais seguro para ambos, não é mesmo?

 

Fique atento aos sinais: A pressa em marcar encontros presenciais, evitar locais públicos ou vigiados, ou a relutância em manter o relacionamento dentro do aplicativo devem levantar suspeitas.

 

Fernando Brafmann, diretor do Grupo MAGAV, ressalta a importância de se proteger contra esses golpes cada vez mais comuns. “A segurança online deve ser uma prioridade para todos. Embora a tecnologia possa nos conectar a pessoas incríveis, também nos expõe a riscos. É vital estarmos alertas e adotarmos medidas preventivas até que possamos ter a certeza de que aquela pessoa é mesmo quem diz ser”.

 

Em um mundo cada vez mais interconectado, a conscientização e a adoção de práticas seguras são essenciais. Proteger-se dos ‘golpes de app de relacionamentos’ e de outras ameaças online é fundamental para garantir que nossa experiência digital seja segura e positiva.

 

Sobre o Grupo MAGAV

O Grupo MAGAV gera planos personalizados formados por sistemas integrados de implementações físicas, procedimentos organizacionais, equipamentos eletrônicos e recursos humanos que formam uma cultura de segurança baseada em prevenção e priorizando a segurança de todos. O objetivo é sempre elevar o nível de proteção, com foco na prevenção. É feito um diagnóstico de vulnerabilidades, planejamento estratégico, projetos técnico e executivo, gestão e assessoria, palestras e treinamentos.

 

Site: https://magav.com.br/

@magavconsultoria

 

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