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Num mundo insustentável, calor extremo mata aos milhões

23/11/2023

A morte de uma fã brasileira da cantora americana Taylor Swift, durante show no Rio de Janeiro, chamou a atenção para os efeitos do calor sobre a saúde humana. Ana Clara Benevides morreu de parada cardiorrespiratória e o mal súbito é atribuído ao tempo que ela passou sob temperatura elevada. De acordo com um estudo assinado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Meteorológica Mundial (OMM) o calor extremo pode vitimar 15 milhões de pessoas por ano no mundo. A projeção tem como base os registros de óbitos atribuídos ao calor entre 2000 e 2019. Oficialmente, foram 489 mil mortes ao ano neste período. Mas as duas organizações consideram que os dados estão subestimados porque as ocorrências não são notificadas corretamente em vários países. O número seria 30 vezes maior e com potencial para crescer ainda mais por causa das mudanças climáticas. Segundo os profissionais de saúde, o perigo começa sempre que a temperatura do ar supera a do corpo humano, que normalmente fica em 36,5 graus Celsius. O calor forte causa efeitos mais graves em que têm doenças pré-existentes, mas afeta a todos porque altera a química da atmosfera, intensificando os níveis de poluição. OMS e OMM alertam que o aquecimento global tende a ser cada vez mais severo, com potencial para elevar o número de vítimas das altas temperaturas. Somado a isso, ainda há a perspectiva de aumento expressivo das mortes por desastres naturais em razão das mudanças no clima.

 

ESG automotivo

Colocar em prática ações da agenda ESG não é tarefa simples. Mais difícil que isso, contudo, é relatar os resultados das medidas adotadas. Para auxiliar a cadeia da indústria automotiva a avançar neste processo, o IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) criou uma plataforma online de gestão ESG. Ao preencher dados sobre metas, ações, certificações e indicadores a plataforma gera automaticamente gráficos e análises quantitativa e qualitativa, além de comparativos de períodos distintos. Também permite a associação de projetos da empresa que têm adesão aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU. O IQA é vinculado à Anfavea e outras entidades do segmento.

 

Toyota elétrica (I)

A Toyota prevê comercializar 3,5 milhões de veículos elétricos até 2030. Deste total, 1,7 milhão de automóveis devem sair das unidades da montadora japonesa espalhadas pelo mundo com baterias desenvolvidas pela própria companhia. A marca trabalha no desenvolvimento de quatro modelos diferentes de baterias, sendo uma sólida. A ideia de garantir mais autonomia e reduzir custos para atrair clientes. Tudo deve estar disponível até 2028.

 

Toyota elétrica (II)

A bateria batizada de Performance, de íons de lítio, promete manter um carro rodando por 800 quilômetros e chegar em 2026. Em 2027, é a vez da Popularization, composta de fosfato de ferro e lítio, que é a “menos sofisticada” da família, mas com vida útil estendida. Para 2028, a Toyota deverá oferecer a High Performance, que agrega lítio e níquel, com autonomia de 1.000 quilômetros. A bateria sólida, com potencial para aguentar mais recargas expressas, deve estar disponível em 2028 e o desenvolvimento envolve a petrolífera Idemitsu. Os japoneses afirmam que têm uma solução que permite fazer mais cargas rápidas sem “viciar” a capacidade total de abastecimento do componente.

 

Toyota elétrica (III)

A Toyota também está trabalhando para reduzir a altura das baterias, uma vez que isso tem reflexo direto na aerodinâmica dos automóveis e, por consequência, no consumo de energia. A ideia é tirar de três centímetros a cinco centímetros da altura, que hoje fica na casa de 15 centímetros. Seria espaço suficiente para melhorar a performance dos carros, garantindo maior autonomia.

 

Elétricos de peso (I)

Se o segmento de veículos elétricos de passeio está competitivo, a coisa não é diferente no setor de cargas e as montadoras correm para oferecer opções ao mercado. Em 2022, a cadeia produtiva de veículos pesados movimentou US$ 15,6 bilhões e colocou na estrada 101 caminhões de vários tipos. A previsão é alcançar um faturamento global de US$ 60,7 bilhões até 2030, com uma frota de 1 milhão de cavalos mecânicos.

 

Elétricos de peso (II)

Os dados são do Relatório Global de Mercado de Caminhões Elétricos 2023 produzido pela plataforma MarketDigits. O estudo compreende dados apurados na Europa, América do Norte e Ásia, que atualmente são os principais mercados para caminhões eletrificados. Os países mais avançados neste segmento são os Estados Unidos, Alemanha, China e Japão.

 

Elétricos de peso (III)

Uma das estratégias das montadoras multinacionais para promover seus produtos é fazer alianças com grandes marcas. A Daimler Truck North America começou a entregar um modelo de maior porte da marca Freightliner para a Coca-Cola. O caminhão fará o transporte rodoviário de cargas em distâncias de até 350 quilômetros. Na outra ponta, a Pepsi faz o mesmo caminho de eletrificação da frota de reboques pesados, mas avalia uma opção da Tesla, que estima uma autonomia de até 720 quilômetros com bateria cheia.

 

Pesado brasileiro

No Brasil, o primeiro caminhão pesado totalmente elétrico deve sair de uma linha de produção nacional somente em 2025. É o modelo E7-49T da XCMG (Xuzhou Construction Machinery Group Co. Ltd.). A indústria chinesa prepara a unidade de Pouso Alegre (MG) para a montagem do cavalo-mecânico de 49 toneladas. De acordo com a empresa, a autonomia é de 150 quilômetros, mas o veículo conta com um sistema de troca rápida de bateria. O preço estimado é de R$ 1,3 milhão e o custo por quilômetro rodado é de R$ 0,76, contra R$ 3,60 dos motores a diesel, de acordo com a XCMG.

(Foto: Andrey Grinkevich/Unsplash)

 

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