O Dia do Arquiteto, comemorado em 15 de dezembro, homenageia um dos maiores profissionais da área em todo o mundo, Oscar Niemeyer. O arquiteto, responsável por transformar Brasília em um verdadeiro museu a céu aberto, veio ao mundo em 15 de dezembro de 1.907.
Em entrevista ao Jornal da Globo, em 2007, Niemeyer falou sobre o objetivo da arquitetura na sociedade. “O que nós queremos na arquitetura, com a mudança na sociedade, não é nada especial, As casas de luxo serão menores. Os grandes empreendimentos urbanos, os cassinos, os teatros, os museus, tudo isso será maior, ainda porque, todos deles poderão participar. Não basta fazer uma cidade moderna. É preciso mudar a sociedade”, disse à época.
E é entre grandes edifícios e o caos das cidades que a mudança acontece. A necessidade de alternativas sustentáveis que possam moldar o futuro do planeta é o grande desafio dos profissionais da arquitetura. Pensar de forma que as cidades possibilitem aos seus moradores viver com qualidade, reduzindo as desigualdades, aliando responsabilidade social e a tecnologia. Ao contrário do que se imagina, os arquitetos não são responsáveis apenas por projetos residenciais, carregando também a parte urbanística, ou seja, do planejamento de cidades que atendam às necessidades da população.
Há alguns anos as Cidades Inteligentes são tema de diversas feiras e palestras ao redor do planeta. É evidente a importância do debate para garantir um futuro melhor para as próximas gerações, tendo em vista os problemas ambientais que temos vivenciado ao longo dos últimos anos.
Curitiba tem se destacado neste cenário e é considerada pioneira na adoção e desenvolvimento de projetos voltados à sustentabilidade, tecnologia e empreendedorismo, de acordo com o Ranking Connected Smart Cities 2022, recebendo o prêmio de Cidade mais Inteligente do Mundo em 2023.
Iniciativas locais
Carol Vosgerau Gusi, advogada e mestra em gestão ambiental, é idealizadora da Galeria Panaceia, um projeto que reúne 9 arquitetos com a missão de desenvolver ambientes 100% sustentáveis e conquistar a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um reconhecimento norte-americano para empreendimentos que adotam práticas sustentáveis em suas obras.
O projeto colaborativo, que está sendo construído em Curitiba, conta com um time de profissionais com diferentes inspirações e experiências. Isso faz com que cada ambiente da Galeria Panaceia se torne único e rico em possibilidades arquitetônicas de inovação. Desde o piso até a iluminação, todos os ambientes contam com diferentes materiais para a construção da galeria. Madeira de reflorestamento, sobras da obra e materiais reciclados, móveis reformados, dentre outros, fazem da Galeria Panaceia um espaço de criação, inovação e sustentabilidade.
O processo para conquistar o certificado LEED traz desafios e aprendizados, como relata Carol. “Percebemos que as eficiências hídricas e energéticas são muito relevantes para a pontuação e estamos investindo em soluções que garantam um ciclo fechado de água e um abastecimento com energia 100% gerada no local. Toda a parte de iluminação foi adaptada, assim como a escolha de materiais e revestimentos. Os arquitetos e paisagistas foram nossos parceiros nesse processo, assim como todos os demais fornecedores”.
Construções focadas na redução de resíduos e com alternativas sustentáveis, como a Galeria Panaceia, já são realidade em muitas cidades brasileiras e ganham cada vez mais espaço. Gerir melhor os recursos naturais antes, durante e depois da obra, reduzindo o impacto ambiental é uma necessidade para garantir qualidade de vida.
Segundo o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), quase 75% dos recursos do meio ambiente são extraídos pela indústria da construção. Além disso, os canteiros geram cerca de 80 toneladas de detritos anualmente. Reduzir a extração de novos materiais e reaproveitar ou descartar da forma correta os resíduos são ações que colaboram consideravelmente com o meio ambiente.
Construções voltadas para a responsabilidade ambiental também auxiliam na redução de consumo de energia, reaproveitamento de água, diminuição da poluição do solo, da água, do ar e do aquecimento global. É necessário pensar a longo prazo. Inovar com responsabilidade e consciência, garantindo que o meio ambiente seja preservado para as gerações que ainda estão por vir.
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