Por duas a três décadas o nosso querido Malu (Luiz Alfredo Malucelli), que faleceu em 2014, manteve uma coluna – denominada Coluna do Malu – publicada na Gazeta do Povo, aos sábados. À época, uma das colunas das mais lidas da GP, por ser descontraída com seus risíveis causos. Com o autor, tive intensa convivência como amigo e também pelas relações comerciais, e Malu sempre me pedia para abastecê-lo, sejam causos que aconteceram comigo ou a outrem (Malu, um lord, sempre teve o cuidado de só publicar nomes, depois de consultá-los ).
No artigo anterior de minha autoria, que pode ser lido logo abaixo, neste Jornal HojePR, prestei minha homenagem ao amigo que nos deixou, e aos que se interessarem pelo tema, sugiro a sua leitura para um melhor contexto desta sequência de 3 artigos sobre a Coluna do Malu.
Abaixo, mais 3 causos publicados, há por certo um pouco de cabotismo, mas o propósito não é a autorreferência, e sim a pilhéria, o humor:
A sogra muito “viva”
A feijoada do Restaurante Vallentina, no Água Verde, foi premiada com o 2º lugar pelo júri popular promovido pela Gazeta do Povo. O proprietário, Fábio L. Oliveira, ex-professor de cursinho, recebeu a visita do amigo Jacir Venturi neste último sábado.
Na saída, ao elogiar a saborosa comida da senzala, o prof. Jacir recordou que sua mulher também faz uma feijoada apetitosa e que uma vez comentou com sua sogra, fazendo blague:
– Casei com sua filha por causa da feijoada!
E a sogra foi rápida no gatilho:
– Ah, não sabia que mudou de nome!
(Coluna do Malu – publicada na Gazeta do Povo)
E todo o Guairão gargalhou
Conta o professor Jacir Venturi que, num sábado à noite, o Teatro Guaíra estava lotado para o belíssimo show do Almir Sater.
Quando da apresentação de cada um dos instrumentistas, todos estavam curiosos para saber quem era a única e linda jovem do palco.
Muito formal, anuncia o Almir:
– E agora a minha irmã Gisele…
De pronto um curitibano bem-humorado se manifestou em alto e bom som:
– Valeu, cunhadão!
(Coluna do Malu – publicada na Gazeta do Povo)
Dormindo com o inimigo
O pai do professor Jacir Venturi foi expedicionário na Segunda Guerra Mundial e lutou nos campos da Itália contra os nazistas. Retornando ao Brasil, em pouco tempo estava casado com uma donzela de 15 anos – pasmem –, uma bela e legítima descendente de alemães.
Depois de muitos anos de casamento, o prof. Jacir gostava de fazer gracejo com o velho, na frente de sua mãe:
– E aí, pai, qual das guerras foi pior? – referindo-se à Segunda Guerra e ao casamento. Naturalmente, o velho dava boas risadas, mas certo dia, à prudente distância da esposa, fez uma pausa, gargalhou e disse:
– Na Segunda Guerra, o inimigo era conhecido, e a gente tinha chance de sobreviver!
(Coluna do Malu – publicada na Gazeta do Povo)
Leia outras colunas do Jacir Venturi aqui.