O causo foi contado por Raphael Chociai, meu colega de turma na Faculdade de Direito, há muitos anos radicado no Mato Grosso do Sul, onde exerce funções cartoriais, musicais, poéticas e divertidas.
“Mário era um bon vivant, seresteiro de Corumbá, sempre com uma história na algibeira. Contou ele que, certa noite, ao final de uma serenata, trafegava pelas ruas ermas da cidade, quando resolveu entrar na Boate Azul.
As damas da noite já tinham encerrado o expediente, restando acordada somente uma velhinha cansada de guerra, que logo o convidou para um programa.
Mário topou na hora e foram para os finalmente. Depois, já saciados, a velhinha ficou contando as estórias de sua vida e quis também saber as do Mário.
– Você é Corumbaense? Onde mora?
– Bairro da Cervejaria.
– Como se chama sua mãe?
– Dona Cotinha.
– Por acaso você não é o Mário!
– Sou ele mesmo.
– Mário, você é meu afilhado!
Mário saltou da cama, pôs-se de joelhos e com as mãos postas, bradou:
– Sua benção, madrinha!”
Leia outras colunas do Ernani Buchmann aqui.