Mais de um milhão de novos casos de quatro doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são contraídos todos os dias, conforme dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso se traduz em mais de 376 milhões de novos casos anuais de clamídia, gonorreia, tricomoníase e sífilis, afetando aproximadamente uma em cada 25 pessoas ao redor do mundo. No cenário nacional, dados do Ministério da Saúde indicam que o Sul do país registrou 2.690 novos casos de HIV em 2022, sendo 770 apenas no Paraná, segundo Estado com maior incidência na região. Esses números reforçam a urgência de sensibilização coletiva sobre os métodos de prevenção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Segundo o especialista em bacteriologia do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, a importância de realizar exames quando o sexo não é seguro é fundamental para a saúde sexual e o controle das DSTs. “Em situações em que o sexo não é protegido por métodos como o uso consistente de preservativos, a exposição a DSTs, incluindo sífilis, HIV e Hepatite C se torna uma realidade preocupante. O não uso de medidas preventivas pode aumentar significativamente o risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis, que podem ter sérias repercussões para a saúde individual e coletiva”, explica.
Férias de verão e Carnaval são épocas de maior risco
O período de férias de verão e o carnaval brasileiro destacam-se como momentos de maior risco para a transmissão de DSTs, sendo os meses com maior incidência de casos. “Março é o mês que, historicamente, apresenta um maior número de exames que testam positivo para doenças sexualmente transmissíveis. Esse fenômeno pode ser atribuído a comportamentos de risco durante viagens, festas e encontros casuais que acabam sendo mais frequentes no período do verão. Desse modo, os exames regulares desempenham um papel fundamental na detecção precoce e no tratamento eficaz das DSTs”, explica Kozlowski.
O especialista reforça que muitas dessas infecções podem ser assintomáticas em seus estágios iniciais, tornando fundamental realizar testes mesmo na ausência de sintomas evidentes. “A sífilis, por exemplo, é conhecida por sua apresentação inicial discreta, o que destaca a importância dos exames para diagnosticar e intervir antes que a infecção progrida para estágios mais avançados. Essa é uma IST exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum e é curável, porém apresenta diversas manifestações clínicas e se desenvolve em diferentes estágios que precisam ser monitorados”, afirma Kozlowski.
É importante considerar que algumas DST são facilmente tratáveis e resolvem-se rapidamente, no entanto, outras apresentam tratamento mais desafiador e podem persistir ativas, mesmo quando os pacientes relatam melhora nos sintomas, principalmente entre as mulheres, que devem ser extremamente cuidadosas, pois, em muitos casos de DST, os sintomas podem se confundir com reações orgânicas comuns do corpo. “A batalha contra as DSTs exige uma abordagem abrangente que envolva educação, conscientização e a promoção de práticas sexuais seguras. A realização regular de exames, especialmente em períodos de maior risco, é uma ferramenta essencial para detectar precocemente e tratar eficazmente essas infecções, protegendo a saúde individual e coletiva. A responsabilidade de prevenir a propagação dessas doenças é de todos, e a informação é a nossa melhor aliada nessa luta constante pela saúde sexua”, finaliza Kozlowski.
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