Conhece a Churrascaria do Darci?

Caso sim, sabe que o lugar tem jeito de casa que tem churrasqueiro animado comandando a grelha. Caso não, está na hora de descobrir

 

“Vamos almoçar? Vou te levar a uma churrascaria que é uma delícia, nada de espeto corrido ou buffet mirabolante”. Este convite foi feito há uns 20 anos pela amiga, e também jornalista, Kátia Michelle.

E assim conheci a Churrascaria do Darci, casa numa rua tranquila no bairro Bom Retiro, em Curitiba.

Seu Darci

Virei freguesa. Levei família, amigos, colegas de trabalho e lá encontrei também muitos conhecidos. Ao pé da letra, uma churrascaria familiar.

Durante a semana tem PF com opção de escolha da carne e nos fins de semana à la carte. Na pandemia eles continuaram atendo com retirada no balcão e lá estava eu.

O PF servido durante a semana

Seu Darci era uma simpatia. De jaleco branco atrás do balcão ou passando pelas mesas para conversar, ele cativava os clientes. Seu Darci, ou melhor, Odarci Bonatto, faleceu em julho de 2019. Mas o legado continuou com a filha mais nova, Márcia, que há anos era parceira do pai no dia a dia da Churrascaria.

Mas tem muita história antes deste ponto da história…

Seu Darci era um homem do comércio, do trato direto com os clientes. Nos anos 1960 ele teve um bar que servia almoço, em frente à Praça 19 de Dezembro, a Praça do Homem Nu (leva este nome pela estátua em granito de sete metros e altura).

Com as contas todas na ponta do lápis, ele confiou por anos em um contador que, em vez de pagar impostos e taxas, embolsou o dinheiro.

Um fatídico dia ele foi notificado que havia uma dívida imensa, de anos, de impostos não pagos. Com pouco tempo para resolver a situação, ele fechou o bar. A dívida pode ser paga porque a mãe dele, dona Amábile Baroni Bonatto, havia vendido uma casa e emprestou o dinheiro para o filho quitar a dívida.

Era recomeçar do zero. A casa onde sempre moraram, e que hoje é a Churrascaria do Darci, estava penhorada com prazo para que a família (ele, esposa e quatro filhos pequenos) saísse.

Homem que nunca teve medo do trabalho, ele arregaçou as mangas e começou a trabalhar dia e noite para devolver o dinheiro à mãe e sustentar a família. Abriu um armazém na própria casa e a esposa, Therezinha Dolores da Cruz Bonatto, dividia as tarefas do atendimento no balcão com os cuidados das crianças.

“Era uma região muito tranquila, residencial, sem comércio por perto. Então toda a vizinhança comprava no armazém do pai e da mãe. E o fiado era anotado em um caderninho”, disse Márcia da Cruz Bonatto, a filha mais nova que administra a Churrascaria.

 

A virada vem com o asfalto

No início dos anos 1970, o bairro tranquilo começou a ter as ruas asfaltadas e o casal percebeu que servir marmitas para os operários seria um bom negócio. E foi. Às marmitas preparadas por dona Therezinha, seu Darci incluiu carnes assadas, em uma churrasqueira improvisada, no canto do armazém.

As pessoas gostaram da qualidade da carne e do tempero, e o boca a boca começou. Agora, além dos operários, os responsáveis e os engenheiros das obras se tornariam fregueses. “Digo que a Churrascaria nasceu por necessidade. Pela situação econômica que a família teve e pelo meu pai ser um visionário. E não eram somente os dois que estavam na lida. Nós quatro, os filhos, também ajudávamos no armazém”, disse Márcia.

A demanda cresceu e a necessidade de ampliação também. Onde hoje é o salão principal, antes foi um pomar. Árvores foram retiradas e começou a escavação para a instalação da câmara fria e área de estoque. “Até hoje esperamos pela piscina. Porque meu pai nos dizia que o enorme buraco que estava sendo feito era para uma piscina”, recorda Márcia com bom humor.

E eles não pararam mais. A recuperação econômica expandiu a capacidade de atendimento, a contratação de funcionários e, o mais importante, garantiu educação universitária e cursos de idiomas dos quatro filhos. “Isto não era ponto de discussão. Educação foi a compromisso de ouro que nossos pais tiveram conosco”.

 

Qualidade

Apesar de a câmara fria ser de grandes dimensões, a opção é comprar as carnes semanalmente para serem sempre frescas e manterem o padrão do que é servido. Alcatras e filés não são congelados, apenas resfriados para serem cortados. A picanha e o mignon são uruguaios e chegam embalados à vácuo. A linguiça é comprada de um grande produtor nacional.

O consumo semanal varia, considerado férias e feriados, mas a média é de 200 quilos de carne consumidos.

 

Mas não são somente as carnes (alcatra, filé mignon, picanha, carneiro, espetinho, linguiça e medalhão do mignon) que fazem sucesso. Para um fim de semana são preparados 100 quilos de maionese. É a salada de sucesso da casa, seguida pelo feijão cavalo, salada de cebola e de tomate.

Importante: guarde espaço para as sobremesas. A estrela (e a minha preferida) é a abóbora em fatias com nata, mas há também sagu, arroz doce, pudim de leite e pudim de baunilha com banana caramelada.

“O doce de abóbora foi ensinado para a minha mãe por uma vizinha. A única diferença é que reduzi a quantidade de açúcar e ficou perfeito. E entrou no cardápio porque uma vez faltou o pudim de ameixa, que era servido aos clientes, e minha mãe serviu o doce de abóbora, que até então estava em fase experimental na família. O cliente adorou e disse que estávamos perdendo dinheiro por não ter a abóbora no cardápio. Entrou e nunca mais saiu”, disse Márcia.

E as sobremesas da Churrascaria do Darci são realmente mais saborosas, possivelmente porque são preparadas como antigamente, como os doces que nossas avós faziam. Dona Therezinha aprendeu a fazer o sagu numa cidade no interior de Santa Catarina e o arroz doce é feito com gemada e não com leite condensado.

 

Legado

Marcia passou a atuar mais efetivamente na Churrascaria há 16 anos, para ajudar o pai com a chegada dos sistemas digitais para pedidos e emissão eletrônica de notas fiscais. Dos quatro filhos, coube a ela levar em frente a Churrascaria do Darci. “Minha irmã Magda mora no Canadá, a outra irmã Mara Lúcia é falecida, e meu irmão Evandro me ajuda no atendimento nos fins de semana”.

O conhecimento sobre os melhores cortes de carne, no qual seu Darci era exímio, não se perdeu. As peças de carne sempre chegaram inteiras e os cortes eram feitos por ele, mas que com o passar dos anos foi cansando e decidiu ensinar esta arte ao genro. “Meu marido (Mauro Edgar Pereira) aprendeu a serrar a carne com o meu pai e tomou gosto pelo ofício. Após o falecimento do pai, o Mauro assumiu esta função, garantindo o mesmo padrão e qualidade dos cortes”, afirma.

Nestes 53 anos de história, uma família se formou. Há funcionários que trabalham há 25 anos na Churrascaria. “Somos realmente uma família que se apoia em momentos críticos, como foi o da pandemia. Os clientes elogiam o atendimento que recebem, que é o mesmo que a equipe mantém entre ela e o mesmo que eu mantenho com todos. Respeito e educação”, afirma a menina que, nos anos 70, de tão pequena, subia no trinco do balcão frigorifico do armazém para atender. E os clientes achavam o máximo. Quem não acharia?

A família que o seu Darci formou: Marcia é a última, a direita

 

> Churrascaria do Darci

Rua Albano Reis, 1289, Bom Retiro, Curitiba

Terça a sábado, das 11h30 às 14h

Sábados, domingos e feriados, das 11h30 às 15h

41 3352.4464

www.churrascariadodarci.com.br

@churrascariadodarci

 

Cardápio

• Comida rápida e de qualidade em casa

Presente há 10 anos no mercado, o aplicativo Duo Gourmet tem curadoria nas cidades nas quais está presente que, em Curitiba, é feita jornalistas gastronômicos André Bezerra e Jussara Voss. O aplicativo atende 80 cidades no Brasil, como Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Em Curitiba são 180 restaurantes.

Com opções de planos mensal e anual, os assinantes do Duo Gourmet aproveitam o benefício de pedir dois pratos e pagar apenas um, sem limite de uso.

O aplicativo está disponível para iPhone e Android.

 

> Duo Gourmet App

Instagram: @duogourmet

Informações: https://www.duogourmet.com.br/

(foto Babi Profeta)

 

• Almoço e jantar ao ar livre

Verão, férias, dias convidativos para um bom papo ao redor da mesa. Estes encontros têm endereço certo, o Restaurante Maria Eugênia construído em meio a uma área verde de 12 mil metros quadrados, em Santa Felicidade, tradicional bairro italiano de Curitiba.

A especialidade do Maria Eugênica é a parrilla, com cortes bovinos da raça Angus e iguarias como o Porco Moura. O chef Thiago Abduch tem também no cardápio massas frescas, risotos e frutos do mar.

Marque com os amigos e leve as crianças. É diversão para todos.

O Restaurante abre para o jantar de quarta a sábado, das 19h às 23h30. No almoço funciona sextas e sábados, das 12h às 16h. Domingos o atendimento é das 12h às 17h.

 

> Restaurante Maria Eugênia Gastronomia & Natureza

Rua Capitão Antônio Pedri, 408 – Santa Felicidade, Curitiba

Reservas whatsapp: (41) 99788-0080

www.instagram.com/restaurantemariaeugenia/

 

• Festival do Caranguejo na Chácara das Vaquinhas

O Festival do Caranguejo, da Chácara das Vaquinhas, começa neste sábado (20) e se estende até o dia 9 de março. Serão três os preparos: ao bafo, ao molho de moqueca e sem carapaça. Acompanham caldinho de feijão temperado, molhos de alho, pimenta ou moqueca e pirão de farinha fina.

Mas se a praia for outra, o buffet tem galeto assado com especiarias, arroz, farofa, batatas fritas, torresmo, massas e saladas. Para as crianças, massa sem molho e batatinhas rústicas, e para os bebês, creme de legumes sem sal e sem gordura.

O buffet livre por pessoa é R$ 125,90, para crianças de 4 a 11 anos, R$ 90,00, e para menores de três anos é gratuito. O preço por pessoas não inclui bebidas alcoólicas.

A programação recreativa infantil tem acompanhamento de monitores.

 

> Chácara das Vaquinhas

Rua Vila Nova, 940 – Cachoeira – São José dos Pinhais

Tem asfalto até a entrada. Estacionamento amplo e gratuito

Informações e vendas pelo whatsapp (41) 99815-2946 ou instagram: @chacaradasvaquinhas

 

• E a vista é o Pão de Açúcar

Guarde esta dica caso vá passar uns dias no Rio de Janeiro. Faça o roteiro gastronômico pelos oito restaurantes do Botafogo Praia Shopping que ficam de frente para o Pão de Açúcar e para a enseada de Botafogo. Uma vista de milhões.

O mix de restaurantes oferece pratos portugueses, italianos, australianos, brasileiros e japoneses.

– Ogro Steaks (3º piso) cardápio do chef Jimmy Mcmanis, com inspirações norte-americanas dos hambúrgueres e os sucessos do paladar nacional.

– Amélie Crêperie (3º piso) especialista em Galettes e crepes doces com recheios especiais. O menu principal tem pratos inspirados em comida de bistrô e selecionada carta de vinhos.

– Sardinha Taberna Portuguesa (4º piso) tem receitas diretamente da ‘terrinha’ com menu sofisticado.

– Outback (4º piso), consolidado no Brasil pela culinária australiana e um toque brasileiro.

– Mamma Jamma (5º piso) oferece a experiência italiana, a definição do exagero, mas de afeto. As massas, pizzas e pratos são feitos como se uma Mamma os preparasse.

– Hatch (5º piso), restaurante japonês do empresário Marcel Nagayama, terceira geração da família criadora do Naga, em São Paulo. O local oferece experiência premium a seus clientes que voltam para se deliciar com os pratos servidos com uma vista espetacular da Baía da Guanabara.

– Empório do Galeto (7º piso) tem temperos especiais em carnes nobres, preparadas por mestres do churrasco, especialistas em oferecer o corte mais saboroso à mesa. A especialidade da casa é o galeto, crocante por fora e suculento por dentro.

– Brewteco (9º piso), ocupa o Terraço Botafogo, com novos sabores da gastronomia de boteco que exalta a brasilidade, o Rio e os produtores locais, além de muitas torneiras de chopes.

 

> Botafogo Praia Shopping

Praia de Botafogo, 400

Segunda a sábado, das 10h às 22h

Domingos e feriados, das 12h às 21h

 

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