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Velvet Underground: rock’n’roll é arte

13/03/2024
velvet

A banda Velvet Underground, surgida em Nova Iorque em 1964, lançaria um dos mais experimentais e extraordinários álbuns do fim da década de 1960. E foi a sua estreia. Velvet Underground & Nico, foi muito desprezado e mal recebido por crítica e público, mas com o passar dos anos, tornou-se discoteca básica para muitas gerações. Sua genialidade é fruto dos músicos Lou Reed, John Cale, Sterling Morrison e Maureen Tucker, com a participação da cantora Nico, e a produção magistral do eterno Andy Warhol, que também é autor da capa do álbum. Foi lançado em 12 de março de 1967.

 

 

A jornada do álbum começa de forma suave e cativante com Sunday Morning. A melodia delicada e a voz tranquila de Lou Reed estabelecem imediatamente uma atmosfera acolhedora. As harmonias vocais de Nico adicionam uma camada etérea, enquanto a instrumentação sutil destaca a habilidade da banda em criar texturas sonoras únicas.

 

 

I’m Waiting For The Man é uma transição dinâmica, introduzindo uma batida mais acelerada e uma guitarra pulsante. A letra de Lou Reed narra a experiência de um homem que aguarda seu fornecedor de drogas, explorando temas de dependência e desespero urbano. A crueza das letras reflete a abordagem direta e franca da banda.

 

A voz extraordinária de Nico brilha em Femme Fatale, uma canção que evoca uma sensação de mistério e perigo. As letras de Reed descrevem uma mulher enigmática, enquanto a instrumentação elegante e as harmonias vocais tornam a faixa memorável e hipnotizante.

 

 

A atmosfera muda drasticamente com Venus In Furs, uma jornada sonora experimental e sombria. A combinação de instrumentos tradicionais e a adição do violino de John Cale cria uma paisagem sonora única. As letras, inspiradas pelo livro homônimo de Leopold von Sacher-Masoch, exploram temas de sadomasoquismo de maneira ousada e vanguardista.

 

Run, Run, Run acelera o ritmo novamente, incorporando elementos do rock and roll. As letras narram a fuga de um jovem da repressão social, adicionando uma dimensão política às narrativas pessoais que permeiam o álbum. A instrumentação é enérgica, destacando a versatilidade da banda.

 

 

All Tomorrow’s Parties é uma colaboração brilhante entre Lou Reed e Nico. A letra captura a atmosfera festiva e a decadência da cena artística, enquanto a instrumentação peculiar e a voz única de Nico contribuem para criar uma experiência auditiva única.

 

Considerada uma das peças mais ousadas do álbum, Heroin mergulha nas experiências da droga de maneira crua e provocativa. A guitarra repetitiva e a progressão instrumental refletem a sensação de euforia e desespero associada ao uso de heroína.

 

 

There She Goes Again retorna a um tom mais animado, incorporando elementos do blues. As letras narram a atração irresistível por uma mulher, enquanto a música destaca a influência diversificada que a banda incorporou em seu repertório.

 

Nico assume o papel principal nesta faixa delicada e melódica. I’ll Be Your Mirror apresenta uma simplicidade cativante, com letras tocantes que expressam um compromisso de apoio mútuo.

 

A experimentação sonora atinge seu ápice em The Black Angel’s Death Song, com feedback de guitarra e dissonâncias audíveis. A letra, embora misteriosa, contribui para a atmosfera sombria e avant-garde da faixa.

 

O álbum encerra-se com European Son, uma obra de arte sonora experimental que desafia convenções. A guitarra distorcida, os sons dissonantes e a narrativa evasiva culminam em uma conclusão ousada para um álbum revolucionário.

 

Velvet Underground & Nico permanece como um testemunho da coragem artística e inovação musical do Velvet Underground. Suas letras provocativas, experimentação sonora e a mistura única de estilos continuam a mostrar o bom e velho rock’n’roll.

 

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