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Petrobras aposta na queima de petróleo pelos próximos 50 anos

21/03/2024
petrobras

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, acredita que o petróleo não perderá importância pelos próximos 50 anos, mesmo com o movimento global de transição energética. Segundo Prates, a “transição energética não é uma ruptura e vai demorar mais de 50 anos para substituir os combustíveis fósseis”, conforme entrevista concedida ao portal da EPBR, uma agência de notícias brasileira dedicada a temas como petróleo, gás e energia.

 

Em vídeo publicado no site da agência, o presidente diz que “por mais que haja cenários um pouco mais visionários, mais otimistas em relação a limpar a matriz mundial, como alguns que a Agência Internacional de Energia apresenta, a maior parte dos mais realistas sabe perfeitamente que em 40 anos você ainda vai estar usando petróleo, big time. Em 50 anos, provavelmente, petroquímica e outras coisas ainda vão estar também dependendo de petróleo e gás”.

 

Pode ser que as afirmações estejam embasadas em projeções técnicas ou talvez sejam apenas uma forma de reanimar o sistema financeiro após o tombo no valor de mercado da Petrobras, em razão do não pagamento de dividendos. Prates diz que a transição energética não é um bug mas, de concreto, a fala está alinhada com a dos comandantes das maiores empresas petrolíferas do mundo.

 

O presidente da Saudi Aramco, Amin Nasser, afirmou que os governos devem “abandonar a fantasia” de substituir os combustíveis fósseis e garantir políticas públicas que atraiam investimentos para projetos de óleo e gás, pois a demanda por petróleo vai continuar subindo.

 

No final de 2023, o Brasil foi convidado pela Arábia Saudita a integrar o grupo Opep+, uma extensão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que é um cartel formado por apenas 13 países.

 

Conferência Internacional

As declarações trazidas pela agência EPBR foram dadas durante a CERAWeek 2024, uma das maiores conferências internacionais sobre transição energética e que aborda questões como mercado, clima, tecnologias e geopolítica. O encontro acontece em Houston (EUA) nesta semana e reúne lideranças empresariais, representantes de governos e do sistema financeiro mundial.

 

Due Diligence (I)

A Comissão de Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu aprovou um projeto de lei, acordado com os governos da União Europeia (EU), que penaliza empresas que praticam exploração laboral, trabalho escravo ou infantil, ou promovem perda de biodiversidade, poluição e destruição do patrimônio natural. A norma exige a prática de due diligence em políticas e sistemas de gestão de risco. As multas por descumprimento serão definidas individualmente pelos países que formam a comunidade europeia, mas podem chegar a 5% do faturamento líquido global das companhias.

 

Due Diligence (II)

A nova política para mitigar impactos negativos no contexto dos direitos humanos e no ambiente está em sintonia com as práticas ESG e vale para empresas instaladas no bloco europeu e também para fornecedores estrangeiros de toda a cadeia de valor. Isso inclui a concepção, fabrico, transporte, armazenamento e fornecimento de produtos. A regra de due diligence, que ainda vai à votação no plenário do Parlamento, abrange primeiramente negócios com mais de 1.000 trabalhadores e faturamento superior a 450 milhões de euros por ano, além de franquias com receita anual acima de 80 milhões de euros.

 

Motor Euro 7 (I)

Em outro debate sobre políticas ESG e de combate às mudanças climáticas o Parlamento Europeu aprovou – com 57% dos 524 votos – o Regulamento Euro 7, que estabelece critérios para a homologação e fiscalização das emissões de carbono por veículos movidos à combustão. No caso de caminhões, as montadoras terão que garantir que seus modelos permanecerão “limpos” ao longo de toda a vida útil. A regulamentação inclui o monitoramento de emissões pelo sistema de freios para caminhões e carros. No caso dos elétricos, há uma exigência de maior durabilidade das baterias. As medidas precisam passar pelo Conselho Europeu e, após esta etapa, haverá uma carência de 48 meses para que entrem em vigor, no segmento dos pesados. Para a motorização de veículos leves fica mantido o padrão Euro 6.

 

Motor Euro 7 (II)

De acordo com a nova legislação, cada veículo terá uma espécie de passaporte ambiental no momento do registro de trânsito. O documento deverá conter informações sobre os limites de emissão de poluentes, emissões de CO2, consumo de combustível e energia elétrica, autonomia elétrica, potência do motor e durabilidade das baterias. Os condutores também devem ter acesso garantido a informações atualizadas sobre o consumo de combustível, saúde das baterias, emissões de poluentes e outras informações por meio de computadores de bordo.

 

AI, dinheiro e clima (I)

A mudança climática está obrigando grandes corporações financeiras privadas e seguradoras a rever seus modelos de análise de risco. Os bancos centrais seguem o mesmo caminho. O Banco de Compensações Internacionais, um fórum de BCs, está experimentando uma metodologia de Inteligência Artificial chamada Gaia para analisar relatórios empresariais sobre emissões de carbono, títulos verdes e compromissos de emissões líquidas zero.

 

AI, dinheiro e clima (II)

A plataforma, segundo as primeiras avaliações, conseguiu padronizar informações que atendem a diferentes regulações e oferece mais transparência na comparação de indicadores sobre riscos financeiros relacionados com o clima. Segundo reportagem da Reuters sobre o tema, apesar das variações na forma como os mesmos dados são relatados pelas empresas, Gaia está focada na definição de cada indicador, e não na forma como os dados são rotulados.

(Foto: Dawn McDonald/Unsplash)

 

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