Nessa semana o mundo do vinho no Brasil foi presenteado por eventos do Guia Descorchados. São Paulo e Rio de Janeiro receberam as grandes estrelas da vinicultura sul-americana, com bebidas e comidas da mais alta qualidade. Foram mais de cem produtores da Argentina, Chile e Uruguai. Eles vieram apresentar seus vinhos para o gigantesco mercado brasileiro. Infelizmente eles não vão passar pelo Sul do Brasil. Pularam por cima e foram direto para os grandes mercados.
O evento deles, além de apresentar os vinhos, é para lançar a edição 2024 de Guia Descorchados. São mais de 1.400 páginas de notas sobre vinhos da nossa região, do Novo Mundo, inclusive dois vinhos argentinos premiados com 100 pontos. Foram provados mais de 4 mil vinhos de 230 vinícolas da Argentina, 210 do Chile, 40 do Brasil, 35 do Uruguai, 20 do Peru e 5 da Bolívia. É possível encontrar este guia pela internet, no site da Adega Online, responsável pelo evento no Brasil.
Se o pessoal do Descorchados não se interessaram pelo público consumidor do Sul, os portugueses da Vini Portugal estão de olho nesse mercado. Além de promoverem eventos no Rio e São Paulo, eles também vão correr o Brasil: Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis, grandes mercados, com enorme poder aquisitivo e muito conectados com os vinhos do Velho Mundo. Em Curitiba o evento está marcado para abril, no dia 24, e em Florianópolis no dia 22. Em junho eles irão ao Rio, 7 a 9, e em São Paulo de 13 a 15.
A previsão para Curitiba é a presença de 30 produtores que apresentarão seus vinhos ali no Palácio Garibaldi, no Centro Histórico de Curitiba. Um dos destaques é a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo. Pensa numa propriedade espetacular. Totalmente recuperada, que além da vinícola, possui um dos melhores restaurantes da região, e um magnífico hotel boutique. São mais de 200 anos de história que você pode acompanhar em um pequeno museu construído e cuidado pela matriarca da família.
Eles produzem quatro linhas de vinho: Aeternus, Grainha, Mirabilis e Quinta Nova. Eu estive lá e fiz a degustação dos vinhos da Grainha e Quinta Nova. As provas estão disponíveis desde 28 até 126 euros por pessoa. Pode parecer caro, mas vale o investimento: a vista é deslumbrante, você fica praticamente pendurado sobre os parreirais do Rio Douro. Vamos ver os vinhos que eles vão trazer para Curitiba e fazer o teste in loco, ao vivo.
Já experimentei o Quinta Nova, Vinha Centenária, P28/P21. Foram produzidas apenas 3.500 garrafas. As uvas são de duas áreas diferentes. É um blend de vinhas velhas e Tinta Roriz. Passa 12 meses em barricas de carvalho francês. A safra de 2019 ganhou seis prêmios internacionais. Um vinho denso, com uma cor que lembra o mirtilo, bastante mineral e intenso. Para tomar em ocasiões especiais.
Depois de Portugal, um dica da Espanha. Estive dias atrás no restaurante do Hotel Nomma, em Curitiba. Talvez um dos melhores restaurantes da cidade, com uma excelente adega. Optamos por um vinho espanhol do produtor Mas Martinet. Um excelente vinho, com muita potência, que precisa decantar ou deixar meia hora aberto antes de servir, já que ele passa 18 meses de barricas de carvalho. Na taça ele é bastante escuro, lembrando uma ameixa madura; os aromas que se destacaram foram de cereja e frutas pretas, e os taninos fortes e prolongados. Vale o investimento.
Dicas da semana
1 – vinho tinto Mas Martinet Menut Priorat. Safra 2019. Blend de uvas. 14.5% de teor alcoólico. No site da Grand Cru por R$ 279,00;
2 – vinho tinto Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Vinha Centenária Referência P28/P21. Safra 2019. 75% Tinta Roriz e 25% vinhas velhas. 14,5% de teor alcoólico. No site de World Wine. Preço sob consulta.
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