Vários ministros israelenses pediram, neste domingo (14), uma forte resposta de seu país ao ataque iraniano da noite passada, com mais de 300 mísseis e drones, que os dois ministros colonos e ultranacionalistas do governo de coalizão veem como uma oportunidade de “moldar o Oriente Médio”.
Benny Gantz, que integra o Gabinete de Guerra israelense, lidera o partido oposicionista Unidade Nacional e é o principal oponente político do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, disse que o Irã vai “pagar” o que fez.
“Esse incidente ainda não acabou: a aliança estratégica e o sistema de cooperação regional que construímos, que resistiram ao grande desafio (do Irã), devem ser fortalecidos agora mais do que nunca. Diante da ameaça iraniana, criaremos uma coalizão regional e garantiremos que o Irã pague o preço da maneira certa e no momento certo para nós”, disse Gantz.
O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, morador de um assentamento na Cisjordânia ocupada, afirmou que Israel “tem que enlouquecer” para “criar dissuasão no Oriente Médio”.
Ben Gvir disse que desde o ataque do Hamas em 7 de outubro do ano passado, que deixou 1.200 mortos em solo israelense, o país está exercendo novas doutrinas de restrição e proporcionalidade, e que a resposta de Israel não pode ser “’fraca’, no “estilo do bombardeio de dunas que vimos em Gaza nos anos anteriores”.
Em discurso gravado na rede social X, o ministro das Finanças, o colono radical Bezalel Smotrich, disse que “os olhos de todo o Oriente Médio e do mundo inteiro” estão voltados para Israel, e pediu que a ocasião seja aproveitada para formular uma resposta que “repercutirá em todo o Oriente Médio pelas próximas gerações”.
“Venceremos, mas se ignorarmos isso, Deus nos livre, colocaremos nós mesmos e nossos filhos em uma ameaça existencial imediata”, argumentou Smotrich.
O ministro da Cultura e dos Esportes, Miki Zohar, também comentou que “uma resposta frouxa” serviria apenas para dar continuidade ao “conceito obsoleto de lógica razoável diante de terroristas brutais” e opinou que esse conceito já “fracassou” contra o Hamas antes de 7 de outubro; contra o Hezbollah, que continua seus ataques no norte de Israel; e alertou que “fracassará contra o Irã, que não hesitou em atacar Israel diretamente”.
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