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HojePR

ONG acusa Brasil de vender algodão sujo para fast fashion

25/04/2024
ong

A ONG britânica Earthsight mapeou o embarque de 816 mil toneladas de algodão produzido no Brasil, entre 2014 e 2023, e considerou que o volume teve origem em áreas de desmatamento do Cerrado brasileiro. A fibra foi destinada para indústrias de facção asiáticas que fornecem roupas para grandes marcas do mundo fast fashion, como Zara e H&M.

 

A denúncia da organização gerou uma reportagem no portal de notícias Euronews, que usou o termo algodão sujo. De acordo com a publicação, a ONG sustenta que a área onde o algodão foi cultivado, no Oeste da Bahia, é resultado de desmatamento ilegal, uso irregular de água e de violações aos direitos humanos, além da deriva da pulverização aérea de agrotóxicos nas lavouras.

 

Após a reportagem, a certificadora Better Cotton, que avalizou os embarques do algodão brasileiro, abriu uma investigação sobre a denúncia. A medida atendeu a um pedido da Inditex, corporação que é dona da marca Zara. O relatório foi divulgado em 23 de abril e é assinado por profissionais da consultoria independente Peterson, especialista em inspeções agrícolas.

 

Em síntese, a análise da Peterson informa que não houve qualquer violação dos padrões estabelecidos pela Better Cotton para aprovar a comercialização do algodão brasileiro. O documento não nega, contudo, que as propriedades produtoras respondem por ações de desrespeito ambiental que tiveram origem antes da certificação. “Em relação ao desmatamento, o relatório refere-se a multas relativas a anos anteriores às fazendas começarem a trabalhar com Better Cotton. Não há áreas atualmente sob embargo”, informa um comunicado da certificadora.

 

Cerrado desmatado

O monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indica que o desmatamento no Cerrado chegou a 7.852 km² no ano passado. A perda de vegetação nativa teve crescimento de 44% em relação a 2022. Na Amazônia, a área desmatada foi de 5.153 km² em 2023. Uma queda de 50% em relação ao ano anterior.

 

Hedge sustentável

O governo brasileiro editou uma Medida Provisória que cria instrumentos de proteção cambial (hedge) para facilitar a entrada de capital estrangeiro para financiar empreendimentos e ações sustentáveis. A iniciativa faz parte do Plano de Transformação Ecológica, uma “agenda verde” lançada em 2023. No Brasil, apenas 6% do dinheiro alocado em iniciativas sustentáveis, de longo prazo, têm origem no setor privado. Nos países emergentes, a participação chega a 14%, enquanto nas nações desenvolvidas a taxa é de 81%.

 

Híbrido flex (I)

Uma coalizão de empresas com a participação de montadoras, associações do setor sucroenergético, de biogás, de autopeças, de tecnologia e engenharia e sindicatos de trabalhadores criou o Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB), que vai funcionar como uma plataforma para estimular a transição energética e a descarbonização do transporte. Até agora, são 25 associados.

 

Híbrido flex (II)

O primeiro produto da aliança é o estudo “Trajetórias Tecnológicas mais eficientes para a Descarbonização da Mobilidade”. O relatório indica que, sob aspectos socioeconômicos, os veículos híbridos, com motor flex, seriam os mais indicados para o Brasil no período de transição energética. Esta é uma rota que pode assegurar investimentos e gerar empregos, com impacto positivo sobre o PIB. Além disso, contribui com a redução de emissões de carbono, apesar do volume ser menor que os elétricos puros.

 

Energia para IA (I)

Os data centers que armazenam informações que transitam na internet consomem atualmente 1,5% da energia gerada no mundo. Mais do que manter máquinas ligadas, há um gasto enorme no sistema de resfriamento de servidores. Com o aparecimento e a disseminação do uso da Inteligência Artificial o consumo de eletricidade deve saltar para 4,5% da geração global.

 

Energia para IA (II)

A estimativa de consumo é parte de um levantamento patrocinado pela Salesforce, gigante americana especializada no desenvolvimento de softwares corporativos. A companhia defende que autoridades e agências reguladoras estabeleçam medidas para que todas as big techs adotem práticas que minimizem impactos ambientais causados pelo crescimento da IA, e para que a tecnologia ajude a criar inovações climáticas.

 

Banco de energia (I)

O Santander disponibilizou uma modalidade de venda de energia limpa e renovável para consumidores de baixa tensão do Paraná e outros 12 estados. Em parceria com a geradora Fit Energia, o banco está oferecendo 500 megawatts aos seus clientes, gerados a partir de fontes solar e eólica. No caso paranaense, é necessário ser atendido pela Copel Distribuidora e ter uma conta de luz acima de R$ 250,00, para pessoa física, e acima de R$ 500,00, para pessoa jurídica. A promessa é de uma economia de até 15% na tarifa paga atualmente.

 

Banco de energia (II)

O Santander sustenta que o produto se enquadra na modalidade de geração distribuída (GD), que é aquela em que a pessoa pode gerar a própria eletricidade. A diferença é que não será necessário investir na instalação de equipamentos e placas solares, por exemplo. O processo de adesão ao consórcio é gratuito e 100% digital. O cadastro deve ser feito no site da www.fitenergia.com.br/santandere. Antes de liberar o abastecimento, a empresa precisa confirmar se há disponibilidade de serviço na região.

 

Garantia estendida europeia (I)

O Parlamento Europeu aprovou uma regra geral para o bloco que estende a garantia de produtos para além de um ano. Chamada de Direito à Reparação, a norma cria obrigações aos fabricantes de consertar os produtos defeituosos que já perderam a garantia. A ideia é desestimular os consumidores a comprar um aparelho novo para substituir o que deixou de funcionar, principalmente eletrodomésticos. Na falta de condições de reparação, o consumidor pode pleitear um produto recondicionado.

 

Garantia estendida europeia (II)

A legislação europeia estabelece que os fabricantes deverão fornecer peças sobressalentes e ferramentas a um preço razoável, e serão proibidos de recorrer a cláusulas contratuais ou apelar para o vencimento de hardware ou software para impedir a reparação. Além disso, a indústria não poderá se contrapor ao uso de peças sobresselentes de segunda mão ou feitas em impressoras 3D por oficinas independentes. Também não poderão negar o conserto em razão do utensílio ter sido aberto por profissional não autorizado.

(Foto: Karl Wiggers/Unsplash)

 

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