É sempre bom revisitar os clássicos. Essa foi a minha ideia quando esses dias assisti Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981, disponível no Disney+). A última vez que tinha parado para ver a saga do arqueólogo mais famoso do cinema tinha sido há mais ou menos uma década, sentada no chão da sala de casa com meu irmão mais novo e apreciando uma pipoquinha. Agora, no auge da minha maturidade trazida pelos 22 anos de experiência em sentar na sala de casa e passar horas na frente da TV, havia chegado a hora de confirmar se o longa realmente era o que do jeito que eu lembrava: o filme de aventura perfeito.
E pior que é isso mesmo. Em 1936, Indiana Jones (Harrison Ford) embarca em uma missão em busca da lendária Arca da Aliança, uma relíquia da mitologia cristã que guarda “Os Dez Mandamentos”. Como a lenda promete que a arca torna o seu dono invencível, ela logo entra na mira de Adolf Hitler. Para encontrar este artefato histórico e enfrentar os nazistas, Dr. Jones convoca a filha de seu antigo mentor, Marion Ravenwood (Karen Allen) e seu amigo Sallah (John Rhys-Davies) especialista em escavações no Egito, para o acompanhar na jornada.
E a história não poderia ser contada de um jeito melhor. Com a produção de George Lucas (de Star Wars, obviamente), Os Caçadores da Arca Perdida mostra o diretor, Steven Spielberg, em seus dias de glória. Tecnicamente impecável, o ritmo, a trilha e os cenários da produção constroem o clima para uma trama de aventura estrelada por um grande explorador. Com algumas sutilezas colocadas em cena, já dá para sacar toda a premissa da saga desde a primeira sequência, quando Indiana se mete em um templo indígena antigo no Peru cheio de insetos gigantes e armadilhas em busca de um ídolo de ouro, e é interrompido por seu rival, o arqueólogo francês René Belloq (Paul Freeman) e precisa fugir dos habitantes locais.
Os personagens são um dos pontos altos, entregando interações que adicionam doces na medida certa de humor infantil e umas boas sacadas sarcásticas. Indy é nosso herói de chapéu, jaqueta de couro e chicote, com seu humor ácido e que sabe tudo sobre história e culturas diferentes. Já Marion é super esperta, dona de um bar pé sujo no Nepal e pronta para enfrentar qualquer desafio. O meu destaque pessoal vai para o macaco que acompanha o casal no Cairo – que show de atuação!
E é Indiana Jones, não tem como não gostar. Em Os Caçadores da Arca Perdida, Spielberg acerta de primeira na tentativa de criar uma saga para o cinema que agrada tanto crianças quanto adultos. O filme é uma boa pedida para dar play, relaxar e curtir o gostinho bom que a nostalgia deixa. E claro, também vale emendar a maratona nos próximos filmes da série, que é uma daquelas que dá para ver mil vezes. Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) é só loucura e tira boas risadas. Já Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) é um pouco mais sério, naquele estilo dos filmes de detetive. Para mim, ainda ficou faltando ver O Reino da Caveira de Cristal (2008) e O Chamado do Destino (2023), mas hoje mesmo eu resolvo isso.
Leia outras colunas da Isa Honório aqui