Tem coisa mais bacana do que os amigos de copo? Aqueles que você convida para beber, ir no bar trocar uma ideia? Aqueles que você chama para dividir uma taça nas ocasiões especiais? Ou aqueles amigos de quem você se lembra nas viagens e traz na mala um vinho como presente? Acho que a amizade é uma das melhores experiências desta vida.
Amizade como nós paranaenses estamos demonstrando para com o povo gaúcho, arrasado pela maior tragédia climática da nossa história. Em setembro estava marcada a Wine South América em Bento Gonçalves, o maior evento de vinhos das Américas. Ainda não sabemos se a data dos dias 3 a 5 não vai sofrer alteração. Penso que a garra dos gaúchos é mais forte que a adversidade, mesmo ela sendo da intensidade e da força que vimos recentemente. Acredito que será uma grande oportunidade para o setor mostrar a sua garra e seus projetos de futuro.
Por falar em feira, o mês de junho será marcado por dois eventos de vinhos portugueses, no Rio e em São Paulo. A Vini Portugal promete levar mais de 100 produtores para apresentar seus vinhos para os brasileiros. Irei no evento de São Paulo, que acontece nos dias 13 a 15.
Semana passada um casal de amigos retornou de uma viagem à Portugal e me presenteou com um vinho que fiz questão de tomar com eles. Aproveitei essa amizade de copo para abrir mais um vinho de Portugal e compartilhar essas duas provas com vocês.
Dois tintos. Um vinho do Douro e outro do Dão. Um produtor já consagrado e com presença forte no mercado brasileiro, e outro produtor com produção mais reduzida e direcionada ao mercado interno mas também aos Estados Unidos, grandes compradores dos vinhos portugueses.
O vinho tinto Pacheca Vinhas Velhas Reserva é aquele vinho que agrada a todos os paladares. Apesar de ser um Vinhas Velhas, um blend único, já que tem a mistura de dezenas de variedades de uvas, ele tem um teor alcoólico equilibrado e sua passagem por barricas de carvalho é diferente: são 12 meses de estágio em barris de 2 e 3 anos de uso, o que tira do vinho a tosta excessiva, a baunilha e os taninos mais fortes e intensos. É um vinho polido, como a própria Quinta da Pacheca gosta de caracterizar. As uvas são amassadas à pé em lagares de granito antes de irem para os barris de madeira. Um vinho excepcional, que vale você trazer na mala quando for a Portugal, ou procurar aqui em lojas especializadas ou em sites de e-commerce.
Três propriedades compõem o conjunto de áreas que formam a Quinta da Pellada na região do Dão, ao pé da Serra da Estrela, terra de origem da minha família. Foi na mala, em uma viagem, que veio para o Brasil uma garrafa de Quinta Saes Reserva Estágio Prolongado. Um vinho feito com 70% de vinhas velhas (blend) e 30% de Touriga Nacional e Alfrocheiro. Na taça, uma cor suave, fina, com aromas de frutas do bosque e pinheiros. Na boca seus taninos são suaves, entregando leveza e frescura. Um vinho que esperou 9 anos na garrafa para ser aberto.
Dicas da Semana
1 – vinho tinto Quinta de Saes Reserva Estágio Prolongado. Safra 2015. Blend de diversas uvas. Teor alcoólico de 13%. No site da Mistral por R$ 384,00
2 – vinho tinto Pacheca Reserva Vinhas Velhas Douro Doc. Safra 2021. Blend de diversas uvas. Teor alcoólico de 13.5%. No site da Sonoma por R$ 223,00
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