De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 42% da população mundial se enquadra como intolerante à lactose, já segundo a Organização Mundial de Alergia (WAO), aproximadamente 8% das crianças com até dois anos de idade, e 2% dos adultos sofrem com algum tipo de alergia alimentar no Brasil. Embora possam apresentar sintomas semelhantes e serem desencadeadas pelos mesmos alimentos, alergia e intolerância alimentar são condições distintas, que contam com origens e tratamentos diferentes. Para compreendê-las melhor, existe uma classificação geral dessas reações, que estão incluídas como não tóxicas.
Segundo o bioquímico e responsável técnico do LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, as reações não tóxicas podem ser divididas em não imunomediadas (intolerância alimentar) ou imunomediadas (hipersensibilidade alimentar ou alergia alimentar). “A principal diferença entre elas está no tipo de resposta do organismo quando entra em contato com o alimento. Na alergia, ocorre uma reação anormal do sistema imunológico, que reconhece o alimento como um invasor e produz anticorpos. Já a intolerância é a dificuldade do corpo em digerir ou absorver determinado nutriente, geralmente devido à falta de alguma enzima responsável pela sua digestão e processamento”, afirma.
Outra distinção está relacionada ao tempo e ao tipo de reação no organismo. Na alergia, a reação é imediata e pode se manifestar na pele, no sistema gastrointestinal e respiratório, ocasionando inchaço nos lábios, falta de ar, diarreia, coceira e até mesmo choque anafilático. Por outro lado, os efeitos da intolerância podem demorar a aparecer e geralmente estão associados ao sistema digestivo, manifestando-se como enjoos, dor abdominal e gases. “O diagnóstico dessas duas condições pode ser realizado por meio de exames laboratoriais. Os exames para confirmar a intolerância alimentar detectam resposta imunológica mediada pela Imunoglobulina G (IgG), enquanto os exames de alergia identificam resposta imunológica mediada pela Imunoglobulina E (IgE)”, explica Kozlowski.
Como identificar?
Exames de alergia alimentar
Esses exames são projetados para detectar a presença de anticorpos do tipo Imunoglobulina E (IgE) no sangue, que estão associados à resposta imunológica alérgica a determinados alimentos. Quando há uma reação alérgica, o nível de IgE no sangue pode estar elevado. Nesse caso, são necessários alguns testes de provocação oral, onde o paciente ingere pequenas quantidades dos alérgenos em um ambiente controlado e supervisionado por um médico. A partir daí, avaliam-se as possíveis manifestações clínicas de hipersensibilidade. “Outros exames utilizados são as determinações de IgE séricas específicas, como o IgE específico para amendoim. É importante ressaltar que existem mais de 170 alimentos considerados alergênicos. No entanto, no Brasil, a prevalência de alergias alimentares em adultos está relacionada ao consumo de leite de vaca e camarão”, afirma Kozlowski.
O LANAC possui o equipamento PHADIA, padrão ouro no diagnóstico através do método immunoCAP, com alta especificidade e sensibilidade. O exame pode identificar com precisão quais substâncias estão causando a reação alérgica em um indivíduo, permitindo um diagnóstico mais preciso e um plano de tratamento mais direcionado.
Exames de intolerância alimentar
Esses exames buscam identificar a presença de anticorpos do tipo Imunoglobulina G (IgG) no sangue, que estão relacionados à intolerância alimentar. Um aumento nos níveis de IgG pode indicar uma resposta imunológica a determinados alimentos. Entre os testes aplicados, o Euroline-Food tem a capacidade de detectar anticorpos IgG contra alimentos e aditivos alimentares para 216 alimentos. “O Euroline-Food é um dos testes mais completos para detecção de intolerância alimentar, uma vez que avalia uma ampla gama de alimentos, desde glúten, carne bovina, cevada, arroz, frango, leite de vaca, gema de ovo, até frutas como maçã, banana, morango e melancia. Além disso, o resultado indica o nível de intolerância, sugerindo a necessidade de mudança, redução ou eliminação de determinados alimentos da dieta”, afirma o especialista.
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