Israel Reinstein
Jornalista
Foi durante café da manhã, na sexta-feira, 6, que o presidente do PT Paraná, o deputado Arilson Chiorato, recebeu o telefone do candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Lula elogiou a agenda de entrevista para a Rede de Rádios de Paranavaí, Apucarana e Maringá. Depois de ser sabatinado pelos jornalistas, foram lidos os comentários e mensagens enviados ao ex-presidente. “Mesmo numa região conservadora, majoritariamente das perguntas e comentários forma elogios. Lula percebeu que seu candidatura está crescendo no Paraná”, informou Arilson.
PT QUER DOBRAR A MUSCULATURA
Chiorato afirmou que o PT vai dobrar de tamanho no Paraná. O partido trabalha para eleger seis deputados estaduais e cinco federais. Ele entende que a “onda Lula” está ganhando corpo no Paraná. E a militância petista, vinda dos movimentos sociais e do terceiro setor, está mais confiante em defender o partido. Arilson disse que O PT apoiará a candidatura do ex-governador Roberto Requião. Caso Requião entre em um partido que não possa se coligar com o PT, as opções para governador serão Angelo Vanhoni, Miriam Gonçalves, Dr. Rosinha e a vereadora de Londrina Lenir de Assis.
COM QUEM RATINHO VAI PRO SENADO E PARA PRESIDENTE
Se a reeleição do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) parece ser fácil, as escolhas para definir a chapa para Senado e o apoio à presidência demandarão mais cuidado por parte de Ratinho. Em um universo com uma profusão de pré-candidatos ao Senado, Ratinho é procurado por diversos interessados que buscam incessantemente sua benção. Com isso, os “parças” do governador de churrascos e pescarias, como o assessor Jamal Hassan Paracat, afastam os indesejados.
Todos querem a benção de Ratinho, que desfruta de popularidade e a força da máquina para impulsionar sua reeleição e da chapa majoritária. Até mesmo o atual senador, Álvaro Dias (Podemos), trabalha para fechar uma parceria. Mas nada será definido enquanto não for batido o martelo da chapa presidencial.
PSD NACIONAL
O PSD de Gilberto Kassab anunciou o fim da pré-candidatura do senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. Agora namora, com um olho, o PT de Luiz Inácio Lula da Silva e, com outro, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que poderia ser o candidato do PSD.
Caso Kassab feche com Lula, a aliança com Alvaro Dias será sepultada. O mesmo acontecerá se lançar candidatura própria, entrando em choque com a candidatura de Sérgio Moro. Seja como for, a jornada de Álvaro será mais dura, diferente de Ratinho Junior que terá opção de escolha as decisões estaduais.
ALVARO ENVELHECIDO
Os adversários de Alvaro Dias comparam a popularidade do senador do Podemos aos seus totens espalhados nas rodovias. Seus eleitores envelheceram e sua história está distante. Não se pode negar que o tempo de Dias foi durante as gestões do PT, a qual dava entrevistas e vestia a capa do antipetismo.
Alvaro perdeu o espaço quando se aventurou à presidência. Ficou no oito lugar com menos de 1% dos votos. E pior quebrou a ponte com o atual governo, ao bater em Jair Bolsonaro em 2018, perdendo a capa do antipetismo para o bolsonarismo.
CONCORRENTES
A fragilidade de Dias é notada pela concorrência. Diversos nomes estão surgindo. O primeiro a despontar foi ex-secretário da Casa Civil e deputado estadual, Guto Silva. Silva aposta em seu bom resultado como secretário. Coube a ele aprovar todos os projetos espinhosos do Executivo enviados à Assembleia.
Guto afirma que é ‘moderno” e será o representante dos municípios. “O Paraná precisa de um representante em Brasília à altura da sua grandeza”, afirma Silva. O deputado sabe que depende das alianças nacionais. Ele deve ir ao MDB, mas a decisão só em março.
Ainda na disputa surgem nomes como o do ex-governador Orlando Pessuti, do secretário de Infraestrutura, Sandro Alex, da deputada federal Leandre Dal Ponte, entre outros.
Diante de tantas variáveis, talvez Ratinho Junior tenha razão em deixar que seus “parças” bloquear os indesejáveis. Ainda há muita água para rolar e o melhor é pescar.
BARROS QUER NOMES NOVOS NO PROGRESSISTA
O deputado federal e líder do governo federal, Ricardo Barros, vai trabalhar em 2022 para que o PP se torne o segundo maior partido do Paraná. Para isto busca caras novas e também líderes regionais. “O Progressista pensa em ter nomes para 2024 e 2026”, afirmou. Um dos nomes que o PP namora é o do deputado federal, Pedro Lupion, hoje no DEM. Também já houve conversa de Barros com o deputado estadual, Paulo Litro, que acaba de deixar o PSDB e que também namora com o PSD.
SETOR PRODUTIVO APRESENTARÁ PROPOSTAS PARA CANDIDATOS
Quase que simultâneo iniciaram os trabalhos dos grupos legislativos da Faep, Fiep e Ocepar. As três entidades, que representam o produtor, o agronegócio e a indústria, estão formatando cartilhas com propostas que serão entregues aos candidatos ao governo e também aos candidatos a deputados. Os presidentes da Faep, Ágide Meneguette, o da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, e da Ocepar, José Roberto Ricken, planejam entregar o material no início do segundo semestres. Em eleições anteriores, as propostas das três entidades foram incorporadas nos planos de governos dos últimos governadores eleitores.
CONTANDO OS VOTOS
Matemáticos e que assessoram a família Canziani, de Londrina, estão preocupados com o futuro eleitoral da congressista Luiza Canziani. Explica-se: a vontade do pai Alex voltar à Assembleia Legislativa Paraná. Com ele no páreo, está desanimando todos os deputados estaduais que dobraram com a jovem em 2018. Alexandre Curi, Tiago Amaral e Romanelli já fazem outros planos.
Já na região do Norte Pioneiro, principalmente em Cornélio Procópio onde os Canzianis tinham forte reduto eleitoral, a entrada de Beto Richa vai causar grande prejuízo. Richa e a família Hannouche, do prefeito Amin, são irmãos de Alma.
Em outra região, no Vale do Ivaí, os Canzianis contam e catam votos. Beto Preto, ex-prefeito de Apucarana e secretário de estado da saúde até 31 de março, aparece disparado em todos os municípios da região como favoritíssimo a uma das 30 cadeiras do PR em Brasília.