Boletim do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, divulgado nesta segunda-feira (24), registra 15 confirmações a mais de Hepatite A no período de uma semana. No total, 353 casos foram identificados na cidade entre janeiro e 21 de junho, a maioria entre homens jovens, na faixa etária de 20 a 39 anos. O surto de Hepatite A em Curitiba também registrou cinco óbitos e um transplante hepático em decorrência da doença.
Nas últimas duas semanas, a SMS ampliou a investigação das causas do surto enviando mensagem pelo App Saúde Já Curitiba àqueles que tiveram a confirmação da Hepatite A. Resultados preliminares desse estudo confirmam que o foco principal da transmissão se refere a práticas sexuais, o que reforça a necessidade de atenção à prevenção.
“A principal forma de prevenção é a higiene, tanto na lavagem das mãos com água e sabão antes de comer e depois de ir ao banheiro, como nas práticas sexuais, que precisam de cuidados de higiene e também devem ser protegidas”, alerta o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira.
O potencial de transmissão da Hepatite A se refere ao tempo em que o vírus permanece ativo nas fezes da pessoa que foi contaminada, por até cinco meses, mesmo depois de não apresentar mais sintomas da doença. No surto de Curitiba, a principal forma de transmissão tem sido através do contato sexual oral/anal e oral/vaginal com pessoas contaminadas.
Além da vacinação, o ideal é prestar atenção às formas de prevenção da Hepatite A:
- Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais;
- Lavar constantemente as mãos com água e sabão, incluindo após o uso do sanitário, de trocar fraldas e antes do preparo de alimentos;
- Lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por pelo menos 10 minutos;
- Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
- Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
- Usar instalações sanitárias;
- No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária.
- Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;
Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios; - Vacinar as crianças de 1 a 5 anos contra a Hepatite A, imunização prevista no calendário nacional do SUS.
- Pessoas vivendo com HIV/Aids, candidatos a transplantes, doadores de órgãos sólidos, imunossuprimidos também podem se vacinar contra a Hepatite nos Centros de Referências de Imunobiológicos (Crie).
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