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ESTADOS UNIDOS

A história dos charutos que ficaram 134 anos no fundo do mar

02/08/2024

Pouco após o término da corrida do ouro na Califórnia, o navio a vapor americano S.S. Central America, em rota do Panamá para Nova York, foi tragicamente afundado por um furacão na costa da Carolina do Sul.

Das 578 pessoas a bordo, quase todas regressando de uma bem-sucedida temporada de mineração na costa oeste americana, 425 perderam a vida neste que é considerado um dos piores naufrágios da história dos Estados Unidos.

Entre os sobreviventes estava John Dement, que, como todos os outros passageiros, perdeu todos os seus pertences, incluindo uma quantidade não especificada de ouro. O S.S. Central America transportava justamente indivíduos que voltavam dos ricos garimpos californianos.

O resgate do navio em 1991 revelou uma descoberta inusitada: a mala de um passageiro contendo 37 charutos, que haviam passado 134 anos no fundo do mar.

Embora encharcados, os charutos passaram por um delicado processo de liofilização e, após anos de recuperação, 18 deles foram leiloados pela J.C. Newman por seis mil dólares, agora expostos no museu da empresa, uma das mais famosas dos Estados Unidos.

A cigar somelière e sócia da Bulldog Tabacaria, Carolina Macedo comenta que um detalhe intrigante chamou a atenção dos especialistas: os charutos não apresentavam o formato padronizado que conhecemos hoje.

Segundo o responsável pelo museu, na época da confecção, não era comum o uso de moldes para enrolar os charutos.

“Embora o comentário sugira um conhecimento profundo, é importante destacar que a produção de charutos já havia ganhado importância comercial significativa, especialmente em Cuba, desde a primeira metade do século XIX”, explica Carolina.

Empresas como Larrañaga (1834), Ramon Allones (1837), Punch (1840), H. Upmann (1844) e Partagas (1845) já estavam em operação e permanecem influentes até os dias atuais.

Quando não estão em exibição (o que só ocorre mediante agendamento prévio), os charutos sobreviventes são guardados como jóias no cofre da empresa, localizada no histórico edifício El Reloj, no centro de Tampa, na Flórida.

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