A relação entre alimentação e saúde mental é um tema de crescente interesse e relevância, especialmente quando se trata de obesidade e distúrbios alimentares. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas sofrem com distúrbios alimentares em todo o mundo.
Alguns alimentos, particularmente aqueles ricos em açúcares e gorduras, têm sido associados a padrões de comportamento semelhantes aos de vícios, afetando diretamente a saúde mental. Estudos recentes mostram que esses alimentos podem provocar respostas químicas no cérebro que incentivam o consumo contínuo e excessivo, levando a ciclos de compulsão e, eventualmente, ao ganho de peso.
Por outro lado, certos alimentos têm propriedades que podem promover um estado de calma e estabilidade emocional. Alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, como peixes e nozes, e aqueles que contêm triptofano, como o chocolate amargo e as bananas, podem contribuir para uma sensação de bem-estar e reduzir sintomas de ansiedade e depressão. No entanto, a relação entre esses alimentos e a obesidade pode ser complexa, já que o consumo excessivo de qualquer tipo de alimento pode ter efeitos adversos.
“Distúrbios alimentares, como a compulsão alimentar e a bulimia, muitas vezes têm raízes profundas na saúde mental. A relação entre emoções e alimentação pode levar a padrões de comportamento prejudiciais, onde o alimento é usado como uma forma de lidar com estresse, ansiedade ou depressão. Esses distúrbios não apenas afetam o comportamento alimentar, mas também têm um impacto profundo na saúde mental, contribuindo para um ciclo de ganho de peso e problemas psicológicos”, explica a psicóloga Andrea Levy, cofundadora do Instituto Obesidade Brasil.
O consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar, sal e gorduras está diretamente relacionado também ao aumento da obesidade. Alimentos ultraprocessados, como fast food, salgadinhos e refrigerantes, são frequentemente consumidos em grandes quantidades devido ao seu alto teor de sabor e baixo custo, o que pode levar ao ganho de peso significativo e a problemas de saúde associados.
No Brasil, atualmente, existem cerca de 41 milhões de pessoas acima de 18 anos com obesidade, correspondendo a 26% da população. Em 2035, a previsão é de que os brasileiros com obesidade sejam 41% da população, segundo estudo publicado pela World Obesity Federation (WOF) em março de 2023.
“Os alimentos com alto teor de açúcar e gordura podem desencadear uma liberação intensa de dopamina no cérebro, um neurotransmissor associado ao prazer e recompensa. Essa resposta pode criar um ciclo vicioso, onde o consumo desses alimentos é buscado repetidamente, exacerbando comportamentos alimentares compulsivos e contribuindo para o ganho de peso. Além disso, a falta de nutrientes essenciais pode afetar a função cerebral, influenciando a saúde mental”, conclui a médica nutróloga Dra. Andrea Pereira, cofundadora do Instituto Obesidade Brasil.
Sobre obesidade no Brasil
O Instituto Obesidade Brasil é a primeira organização sem fins lucrativos do mundo direcionada a pessoas com obesidade e surge com o objetivo de conscientizar e trazer informações claras e objetivas, sempre com mentoria científica, com linguagem acessível sobre obesidade, prevenção, diagnóstico, tratamento, novas tecnologias e direcionamento aos centros públicos e gratuitos de atendimento, ajudando da melhor forma possível.
A ONG foi fundada em fevereiro de 2020 para conscientizar pessoas de que a obesidade é uma doença multifatorial e crônica e conta com um Conselho Científico composto por especialistas colaboradores de todo o território brasileiro, de perfil multidisciplinar, que adota o conceito de saúde universal e trabalha para que todos tenham acesso à ajuda médica especializada.
Coordenadores Obesidade Brasil
Psicóloga Andrea Levy
Cofundadora da ONG Obesidade Brasil;
Psicóloga Clínica e bariátrica, especialista em Obesidade e Transtornos Alimentares pelo HC-FMUSP;
Mais de 20 anos de atuação em clínica de Obesidade e Cirurgia Bariátrica;
Autora do livro “Cirurgia Bariátrica: manual de instruções para pacientes e familiares”.
Nutróloga Andrea Pereira
MD, PhD
Médica Nutróloga do Departamento de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein;
Cofundadora da ONG Obesidade Brasil;
Cofundadora do canal Longidade;
Doutorado pela Endocrinologia da UNIFESP em Obesidade e Cirurgia Bariátrica;
Pós-doutorado pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa;
Pós-doutorado em andamento pela Medicina Esportiva da FMUSP sobre obesidade, câncer de mama e exercício;
Autora do livro “Dieta do Equilíbrio: a melhor dieta anticâncer”.
Cirurgião Bariátrico Carlos Schiavon
Presidente e cofundador da ONG Obesidade Brasil;
Médico Especialista em Cirurgia Bariátrica e Metabólica;
Formado em 1987 pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;
Doutor Cirurgião pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – São Paulo, SP;
Especialista em Cirurgia Bariátrica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica;
Coordenador de Ensino e Pesquisa do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo;
Investigador principal do Trial GATEWAY – Gastric Bypass to Treat Obese Patients With Steady Hypertension.
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