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EDITORIAL

Após irresponsabilidade do DNIT, BR-277 completa três meses parcialmente interditada

06/01/2023
estrada

Longas filas, muita demora, frustração e um rigoroso teste à paciência. Um desavisado leitor até poderia pensar que trata-se de mais uma matéria sobre as trocas de presentes de fim de ano, tão comuns nessa época e que abarrotam de gente os shoppings da cidade. Não é. Essa é a realidade dos últimos três meses para quem encara a descida para as praias do Paraná pela BR-277: congestionamentos e horas para percorrer o trecho entre Curitiba e o Litoral do Estado, uma distância de pouco mais de 100km.

No dia 14 de janeiro, próximo sábado, serão completados 90 dias da queda de barreira que interditou a BR-277, na altura do Km 42, na Serra do Mar. Desde então, os motoristas que viajam ao Litoral convivem com monstruosos congestionamentos e filas quilométricas causadas pelo bloqueio de parte da pista. Há relatos de que, no período das festas de fim de ano, motoristas levaram mais de 8 horas para chegar às praias, partindo de Curitiba.

Vale lembrar que a BR-277 é uma rodovia federal, portanto, de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Logo, tanto os reparos necessários quanto o prazo para terminá-los é, obrigatoriamente, responsabilidade do DNIT.

Ocorre que, 45 dias depois do deslizamento, apenas com meia pista liberada e sem nenhuma obra de reparo iniciada, o DNIT informou ao Governo do Paraná que não tinha recursos para executar as obras necessárias para liberar a rodovia.

O desrespeito do DNIT com o Paraná é gravíssimo. O órgão ficou 45 dias enrolando o Estado e os motoristas. Nesse período, é bom que se frise, a pouca trafegabilidade do trecho afetado foi garantida pelo Departamento de Estradas e Rodagens do Paraná (DER) e pela Polícia Rodoviária Federal. Não houve intervenção, e sequer boa vontade, do DNIT. Dessa forma, é possível supor que, se dependesse do órgão federal, a BR-277 estaria, pasmem o leitor, completamente interditada.

Diante da incompetência do DNIT, seja financeira ou de gestão, para resolver o problema, o Governo do Paraná assumiu, com 45 dias de atraso causado pela irresponsabilidade do órgão federal, integralmente a execução das obras nos trechos afetados.

Noventa dias depois, o trecho onde ocorreram os deslizamentos possui três das quatro faixas liberadas. Próximo ao Km 41, no entanto, ainda tem um trecho de 400m em pista simples.

Os congestionamentos, as filas e a demora para chegar ao Litoral ainda ocorrem diariamente. O DER informou que segue trabalhando intensamente na obra emergencial de recuperação da encosta e que os trabalhos seguiram sem interrupções durante o recesso do fim de ano, inclusive nos feriados. Motoristas que passaram pelo local afetado, no entanto, disseram não ter visto trabalhadores no local e os trabalhos paralisados.

Dessa forma, uma viagem de férias para as praias do Paraná, algo que deveria ser prazeroso, torna-se um suplício que, para piorar, não têm prazo para acabar.

 

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