A polícia alemã investiga a prática de greenwashing – maquiagem de dados sobre investimentos sustentáveis – pela DWS, gestora de ativos que tem como principal acionista o Deutsche Bank. É a primeira grande operação policial sobre movimentações financeiras que tem como pano de fundo a agenda ESG. A empresa é acusada de fazer relatórios enganosos de investimentos ancorados em práticas de sustentabilidade. A corporação nega qualquer irregularidade.
Marketing e lucro?
A operação da polícia alemã coloca um ponto de interrogação no processo de consolidação da política ESG. Será que a sigla já foi capturada pela máquina do marketing e pela voracidade do lucro? A política ESG surgiu em 2004, na esteira do Pacto Global, uma iniciativa da ONU para envolver o grande capital em ações responsáveis para proteger o planeta do próprio homem. A agenda estimula novos paradigmas para a governança corporativa, incluindo responsabilidades empresariais sobre o meio ambiente e questões sociais. Quem adota a agenda teria melhores condições de atrair investidores e obter crédito, além de valorizar marcas e produtos.
ODS e ESG
O Pacto Global reúne aproximadamente 15 mil empresas no mundo todo. O compromisso de adesão é cumprir as metas estabelecidas pela ONU nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre outras obrigações está a busca pela evolução dos modelos de trabalho, de produção e das relações humanas, além da proteção do meio ambiente e o combate à corrupção. Tudo que diz respeito às corporações foi sintetizado nas práticas ESG.
CO2 e o passo atrás
A guerra da Rússia contra a Ucrânia preocupa o mundo financeiro e o universo político em razão das incertezas sobre o acesso a fontes de energia como gás e petróleo. Assim como os grandes fundos financeiros globais, o Parlamento Europeu deu um passo atrás nas intenções de reduzir drasticamente as emissões de carbono na atmosfera. No início de junho, os deputados da União Europeia deixaram de votar mudanças na legislação ambiental do bloco, que estabeleciam uma redução de 55% nas emissões de CO2 até 2030.
Voo sustentável 1
O dia 21 de junho de 2022 ficará marcado na história da aeronáutica como a data em que um avião voou abastecido somente com combustível de aviação sustentável (SAF), segundo o site aeroin.net. Uma aeronave modelo ATR, da companhia sueca Braathens Airlines, fez a rota entre Malmö e Estocolmo com os tanques cheios de um biocombustível desenvolvido pela companhia Neste.
Voo sustentável 2
A empresa utilizou na composição do combustível resíduos vegetais, gorduras animais e material reciclado como o óleo de cozinha usado. Segundo a companhia, o Neste MY Sustainable Aviation Fuel reduz em até 80% as emissões de gases de efeito estufa na comparação com a querosene de aviação. O voo que teve apenas três tripulantes e nenhum passageiro faz parte do processo de certificação do combustível, que deve ser concluído até 2025.
Suzano Ventures
A Suzano, maior produtora mundial de celulose de mercado, criou um fundo de US$ 70 milhões para o fomento de startups. Inovação e sustentabilidade são as duas matrizes preferenciais da Suzano Ventures. A empresa quer estimular o desenvolvimento de novos materiais derivados de biomassa do eucalipto e embalagens sustentáveis. As novas tecnologias agrícolas (agritech) e a captura de carbono também estão no foco. A primeira chamada de interessados deve ocorrer em agosto.
Universidade XP
A XP Investimentos criou uma universidade própria para formar profissionais em Sistemas de Informação, Ciência de Dados, Análise de Desenvolvimento de Sistemas, Banco de Dados e Defesa Cibernética. A ideia é formar pessoas com base na cultura da empresa. São 400 vagas abertas e a XP pretende aproveitar pelo menos 50% da mão de obra que será formada. O investimento na XP Educação é de R$ 100 milhões e os cursos serão gratuitos, por EaD.
Confira outras colunas do Silvio Lohmann. Clique aqui.