O setembro verde já passou, mas sempre é tempo de relembrar a importância da doação de órgãos, afinal, cerca de 65 mil pessoas aguardam na fila por um órgão no Brasil. Pensando nisso, a Associação Brasileira de Transplantados (ABTx), entidade que dá apoio e orienta as pessoas que passaram por um transplante em todo o Brasil, está organizando o 1º Torneio de Tênis para Transplantados. O evento, que acontece em Brasília, no Distrito Federal, nos dias 23 e 24 de novembro, irá reunir atletas transplantados, doadores e profissionais das equipes multidisciplinares de transplante de todo o País e Curitiba também terá seus representantes.
Os dois atletas curitibanos são transplantados. Marcos Vinicius Koncke Fiuza de Oliveira tem 70 anos e há sete passou por um transplante de fígado. Ele, que pratica tênis há algum tempo conta que o esporte foi a sua grande salvação. “Segundo o médico que fez o transplante, eu não teria sobrevivido se não praticasse esportes”, comenta ele que irá competir em duas categorias: simples e dupla.
Edson Arakaki, presidente da ABTx e transplantado renal, inclusive conta que a prática de esportes representa uma melhoria significativa na qualidade de vida dos transplantados. “O esporte é sinônimo de saúde, e isso se aplica igualmente a quem passou por um transplante. É fundamental que possamos e devemos nos exercitar”, comenta ele.
A outra atleta curitibana é Luciene Vieira de Andrade Esturrari. Natural de Campina da Lagoa, no interior do Paraná, ela foi diagnosticada com nefrite, uma doença inflamatória dos rins, logo no nascimento. Em 1988 ela fez o seu primeiro transplante, tendo sua tia como doadora. “Esse transplanta durou 16 anos. Em 2004 tive rejeição e então tive que passar por um novo transplante, quando minha mãe foi doadora”, afirma Luciene.
Com 46 anos de vida e 36 de transplante, ela conta que o esporte sempre fez parte da sua rotina. Atualmente ela pratica tênis e futsal. “Esporte pra mim é algo fundamental, para a saúde e também para a mente. Participar dessa competição é algo que me deixa extremamente feliz”, diz a atleta.
Sobre o Torneio
O principal objetivo da competição é aumentar a percepção do público geral sobre a importância da doação de órgãos. Sabe-se que no Brasil cerca de 45% das famílias ainda não permitem a doação.
“Este evento esportivo é de extrema relevância. Recentemente, vivemos o mês de setembro verde, que nos lembrou da importância da doação de órgãos. Infelizmente, este ano vimos uma queda nas doações, e precisamos intensificar as conversas sobre esse tema vital dentro de nossas famílias. Para nós, que somos transplantados, a prática de esportes representa uma melhoria na qualidade de vida.”, diz Arakaki.
O final de semana do Torneio de Tênis para Transplantados (23 e 24/11) terá o dia todo de competições: das 8 às 18 horas, no Clube do Exército, em Brasília. O evento é aberto ao público e 14 competidores já estão confirmados.
Sobre a ABTX
A Associação Brasileira de Transplantados (ABTx) é uma entidade com abrangência nacional, atualmente com mais de 8.000 cadastrados, que tem o objetivo de proporcionar aos transplantados oportunidades de integração, esporte e superação e sensibilizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos. A ABTX já conta com um histórico de algumas ações esportivas voltadas aos transplantados.
Em 2019 eles realizaram a primeira edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados, que reuniu cerca de 60 atletas transplantados, de 7 a 73 anos de todas as regiões do País na cidade de Curitiba. Em 2022, a capital paranaense também abrigou a segunda edição dos Jogos que contou com 68 atletas transplantados inscritos de todo o País e da América Latina para competir em sete modalidades: atletismo, corrida de rua ou caminhada, ciclismo, natação, tênis, tênis de mesa e triatlo virtual. Além disso, a Associação incentivou e ajudou a viabilizar a participação de atletas nos Jogos Latino Americanos para Transplantados os Jogos Mundiais para Transplantados desde 1997.
Mais informações: https://www.abtx.com.br/
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