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Barros denuncia parcialidade de delegado que o investiga

04/03/2022
Senado

O líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP), voltou ao STF para solicitar a retirada do delegado da Polícia Federal, José Versiani, da investigação sobre compra de medicamentos de alto custo. A defesa de Barros argumentou ao ministro Alexandre de Moraes que o delegado é ligado ao ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) e ao ex-procurador do MPF, Deltan Dallagnol (Podemos), e por isso não tem imparcialidade para tocar a apuração contra o líder do governo.

 

Em pedido a Moraes, os advogados de Barros reforçam que o delegado Versiani possui uma “ligação de confiança” com Moro. O delegado foi coordenador-geral de Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), orgão subordinado ao Ministério da Justiça, na gestão Moro.

 

“O fato trazido à baila só reforça a argumentação expendida na exordial, qual seja, a autoridade coatora, com todas as vênias, parece estar inserida em um circuito de laços e relações profissionais que acabam tendo como pano de fundo o fortalecimento do projeto político do ex-juiz, ex-ministro da justiça e atual pré-candidato (fato público e notório) à presidência da República, Sérgio Fernando Moro”, diz a defesa.

 

Os advogados de Ricardo Barros lembram ainda da relação entre Moro e o ex-procurador do MPF, Deltan Dallagnol (Podemos), que deve disputar uma vaga na Câmara Federal e disputar votos com o líder do governo.

 

A defesa critica o ativismo político do Judiciário e salienta que desde 2016, “o ex-coordenador da Lava Jato já vinha discutindo a possibilidade de ser candidato. As mensagens das conversas por Telegram publicadas pela Intercpet comprovaram a faceta política de Deltan”.

 

“Com todo respeito, não há como não se levantar a hipótese do que se entende por “ativismo político” na conduta da referida Autoridade Policial, para, no esforço contínuo de manchar a imagem do Líder do Governo Federal, atingir os objetivos dos candidatos de oposição Sergio Moro e Deltan Dallagnol que, como já demonstrado, gozam de grande confiança e prestígio do autor da coação que se reprocha”, aponta o agravo protocolado no STF.

 

Além da ligação com Moro e Deltan, a defesa de Ricardo Barros relembra o relato do deputado Luís Miranda (União Brasil) que disse, em depoimento à PF, que o delegado José Versiani externou a intenção de prender Ricardo Barros.

 

Caso o ministro Alexandre de Moraes não reconsidere a decisão, a defesa solicitou que o pedido seja analisado pela Primeira Turma do STF.

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