Após encerrar novembro com uma alta acumulada de 10,47%, a arroba bovina iniciou dezembro em queda. As informações são do Boletim de Conjuntura Agropecuária elaborado pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
De acordo com o documento, os preços elevados registraram um recuo, passando de R$ 351,95 a arroba para R$ 336,30. Isso representa uma retração de 4,38% desde o fechamento do mês anterior.
O médico veterinário do Deral, Thiago de Marchi, explica que esse movimento de correção já era esperado, considerando que o mercado interno não conseguiu sustentar os aumentos consecutivos na arroba, que acabaram impactando, ainda que parcialmente, os preços no varejo e, por consequência, o consumo.
Outro fator relevante no contexto é a desvalorização do real frente ao dólar, que ultrapassou a marca histórica de R$ 6 e permanece nesse patamar. Esse cenário pode contribuir para sustentar os preços da carne bovina em algum grau.
No atacado paranaense, o dianteiro e o traseiro acumularam altas de 38,25% e 32,07%, respectivamente, em média, nos últimos 12 meses.
O Boletim também traz dados sobre o preço médio de varejo dos cortes de carne suína monitorados pelo Deral no Paraná (lombo sem osso, paleta com osso e pernil com osso). Durante o período de um ano, houve um aumento de 22%, o equivalente a R$ 3,69 por quilograma. Em novembro de 2023, o preço médio era de R$ 17,20 por quilograma, enquanto em novembro de 2024 passou para R$ 20,89.
Os preços mais elevados refletem a crescente demanda externa por carne suína brasileira, assim como o aumento da demanda interna, impulsionado pela valorização da carne bovina.
O preço recebido pelo produtor pela saca de soja de 60 kg fechou o mês de novembro com média de R$ 131,31, valor ligeiramente mais alto que no mesmo período de 2023, quando a mesma saca era cotada a R$ 127,63. Entretanto, no mercado internacional os preços na Bolsa de Chicago (EUA) têm cenário divergente, apresentando queda de aproximadamente 24% nos preços. Internamente isto se explica pela valorização significativa do dólar frente ao real no mesmo período, que teve alta de 25%.
Os técnicos apresentam uma análise também de dados do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura e Pecuária, que congrega as estatísticas de comércio exterior brasileiro, sobre a comercialização de frutas. O sistema indica dispêndios de US$ 926,4 milhões para aquisição de 625,5 mil toneladas nas importações da fruticultura brasileira até outubro.
O boletim se concentra nos números sobre cerejas, damascos, figos, tâmaras e uva-passa importadas, que compõem parte da cesta de frutas consumidas nas festas de final de ano.
As cerejas representam 3,5% destas inversões, tendo sido adquiridas 8 mil toneladas a custos US$ 30,3 milhões e preço médio da tonelada de US$ 3.801 em 2023. O Chile responde por 75,1% das quantidades importadas, e outros 10 países vendem a fruta ao Brasil.
As compras externas de damascos no ano passado atingiram cifras de 3,2 mil toneladas e US$ 19,3 milhões, representando 2,2% dos gastos da importação dos produtos dos pomares, a um preço médio de US$ 6.029. A Turquia fornece 92,7% volumes, sendo mais cinco países exportando para o Brasil.
Em 2023, o País importou 2,9 mil toneladas de tâmaras, com densidade financeira de US$ 6,1 milhões e preço médio tonelada US$ 2.131. Seis países, liderados pela Tunísia, fornecem tâmaras para as gôndolas nacionais.
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