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Canais oficiais fazem campanha pró-Bolsonaro; governo do Estado determina apuração

24/09/2022

Cresceram nas redes sociais, neste sábado (24), uma série de denúncias feitas contra o uso dos canais oficiais do Governo do Paraná em prol do presidente Bolsonaro. Diversas publicações (no Twitter, Facebook e Instagram) replicam as mensagens de SMS mostrando disparos feitos pelo Detran-PR e Polícia Civil em prol do presidente Jair Bolsonaro (PL) e com ataque ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O Palácio Iguaçu repudiou a ação e informou ter determinado uma “apuração célere” para responsabilizar os envolvidos. O conteúdo, informou, partiu de uma empresa terceirizada da Celepar, empresa prestadora de serviços de tecnologia de informação ao Estado.

Já a oposição promete judicializar o caso, alegando abuso do poder econômico e uso da máquina pública. “Usar a máquina pública para promover candidatura é CRIME! A FEBR da Esperança no PR está protocolando notícia crime contra @ratinhojr pela propaganda irregular pró-Bolsonaro enviada via SMS por canal oficial do Governo do Estado. Um abuso que deve ser punido urgentemente!”, twitou o presidente estadual do PT, o deputado estadual Arilson Chiorato.


As denúncias começaram a aparecer na manhã de sábado (24) e por uma mensagem encaminhada por SMS entre a noite desta sexta (23) e a madrugada deste sábado (24). A mensagem descreve: “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senao, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nos!! [sic]”.

O maior volume das mensagens são aquelas vindo do Detran. O diretor-geral do Detran é Adriano Furtado, que foi diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, a PRF, durante o governo Bolsonaro. Furtado foi demitido no início da pandemia por manifestar pesar pela morte de um agente pela covid-19, o que irritou o presidente Bolsonaro.

Em muitos posts, o número do remetente – 28523 – foi associado ao sistema do PIÁ (Paraná inteligência Artificial), plataforma que concentra consulta e acesso a centenas de serviços digitais do governo. O programa foi desenvolvido pela Celepar, “inspirado em iniciativas exitosas do setor privado”, e lançado em junho de 2019 por Ratinho Jr. como uma espécie de “canal de diálogo” com a população.

No Instagram, usuários de outros estados, como São Paulo e Rio Grande do Norte, afirmaram também ter recebido o conteúdo.

Em nota, o governo do Paraná disse ter determinado à Celepar uma apuração “célere junto a seus parceiros para responsabilização desse fato lamentável”.

“O fato ocorreu a partir de uma empresa terceirizada e ela já foi notificada pela Celepar”, disse o governo, que repudiou “qualquer tentativa de uso político ou manifestação antidemocrática”.

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