Na 155ª edição do Cândido, publicação da Biblioteca Pública do Paraná, o meio ambiente e a literatura se entrelaçam. O repórter Francisco Camolezi resgata a trajetória do Brasil ao longo dos séculos, marcada pela cafeicultura, e investiga como resquícios da fase extrativista do grão foram retratados por grandes escritores brasileiros. A literatura, seja ficcional ou não, que descreve uma paisagem, também serve como um importante registro da história, mesmo quando inclui as práticas predatórias da monocultura no país.
Exemplos disso podem ser encontrados nos cenários da floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, retratados por Clarice Lispector, Monteiro Lobato e José de Alencar. Na seção de retranca, uma prateleira de livros que inspiraram o tema da reportagem.
O jornalista Luiz Felipe Cunha, na entrevista da edição, conversa com Mariana Carolo, que está lançando o livro Meridiano Infinito: Notas de David Foster Wallace, pela editora Madame Psicose, um ensaio sobre a influência de Cormac McCarthy nos textos de Wallace.
Na série Mulheres contra a Ditadura, os relatos da paranaense Almira Maria Maciel, militante histórica do Movimento Negro Unificado (MNU) que enxergou no cenário de militarização um espaço para inserir os debates sobre raça. Adriana Tulio Baggio analisa a obra de Carolina Nabuco (1890-1981), escritora com uma trajetória pouco conhecida no Brasil.
O Cândido também publica poesias de Gustavo Condimoura e Hiago Rizzi, cofundador e coordenador de comunicação, respectivamente, da Telaranha Edições e da Livraria Telaranha. Ainda, o poema visual “Simetria do não”, um inédito de Marianna Camargo. Na seção de fotografia, Charly Techio explora maneiras de alterar a realidade por meio de recursos de inteligência artificial na captura de imagens, abordando temas como a finitude da vida, a memória e a relação entre homem e natureza. A arte de capa é de Hugo Mendes.
Leia ou baixe o Jornal Cândido nº 155 no site.
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(Foto: BPP)